Lisboa, 19 Ago (Lusa) - Sérgio Vieira de Mello, que foi chefe da missão da ONU em Timor-Leste, morreu faz hoje três anos num atentado contra a sede das Nações Unidas em Bagdad que causou outras 21 vítimas mortais.
A ONU assinalou a data na sexta-feira no Iraque e em Díli, onde o diplomata brasileiro continua a ser recordado pelo seu papel no período de transição em território timorense até à independência - como representante especial do secretário-geral da ONU de 1999 até 2002.
Sérgio Vieira de Mello "foi um instrumento importante na ajuda aos timorenses para a reconquista da sua independência, da qual estamos todos justamente orgulhosos", afirmou o actual representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa.
Diplomata, filho de diplomata, Vieira de Mello, nascido no Rio de Janeiro em 1948, fez toda a sua carreira nas Nações Unidas, onde entrou em 1969 quando estudava Filosofia e Humanidades na Sorbonne, em Paris.
Nomeado para o seu primeiro cargo de relevo em 1981, como conselheiro político para as Forças de Interposição das Nações Unidas no Líbano (FINUL), Sérgio Vieira de Mello era Alto-Comissário da ONU para os Direitos Humanos, em 2003, quando Kofi Annan lhe pediu que fosse para o Iraque como seu representante especial.
Seria no seu escritório na sede da ONU em Bagdad que haveria de morrer, preso entre os escombros de uma das alas que ruiu depois da explosão de um camião armadilhado conduzido por um suicida.
"Iraque, que sofreu o seu período mais mortal do conflito no mês passado, precisa de mais gente como Vieira de Mello e a sua equipa", referiu, na sexta-feira em Nova Iorque, o vice-secretário- geral da ONU, em representação de Annan.
Mark Malloch Brown aproveitou a oportunidade para acrescentar que "a única maneira de honrar a memória destes heróis caídos é manter o seu legado, prosseguindo o seu trabalho" e usando-os "como exemplo" inspirador.
Na actualidade, a Missão de Assistência das Nações Unidas no Iraque (UNAMI) é chefiada pelo paquistanês Ashraf Yehangir Qazi e conta com 229 funcionários internacionais, 241 locais, 15 especialistas militares e 56 agentes da polícia, que operam sobretudo desde a Jordânia e do Kuwait, devido aos problemas de segurança.
Na cerimónia de sexta-feira na sede da ONU em Nova Iorque, organizada pelo sindicato dos funcionários da organização, foram homenageados todos os 22 funcionários mortos no atentado de 19 de Agosto de 2003.
AR.
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