Tradução da Margarida:
Jakarta Post
Agosto 10, 2006
Abdul Khalik, The Jakarta Post, Jakarta
Ali Alatas aprendeu como movimentar-se ao seu modo nos corredores do poder como um altamente respeitado diplomata, incluindo servir como ministro dos estrangeiros das administrações de Soeharto e Habibie.
Essas capacidades diplomáticas foram postas à prova no espinhoso problema do então Leste de Timor, com Alatas detalhando esta luta (no livro) apropriadamente intitulado “A Pedra no Sapato – A luta diplomática por Timor-Leste”.
Foi lançado oficialmente no edifício dos Arquivos Nacionais em Oeste Jakarta na Quarta-feira, com comentários do conhecido jornalista Aristides Katoppo, do antigo representante permanente da Indonésia na ONU Nugroho Wisnumurti e o antigo embaixador na Austrália e director do The Jakarta Post Sabam Siagian.
Katoppo é também o representante da Aksara Kurnia e da United in Diversity que publicou o livro.
O Ministro dos Estrangeiros Hassan Wirayuda, proeminentes personalidades e embaixadores estrangeiros participaram na cerimónia de lançamento na Quarta-feira.
Nugroho elogiou a força factual do livro de 330 páginas, com mais novos detalhes do que prévios livros sobre Timor-Leste, incluindo porque é que a Indonésia decidiu invadir Leste de Timor, a série de reuniões diplomáticas e negociações entre a Indonésia, Portugal e a ONU, e como foi tomada a decisão para dar a Timor-Leste a consulta popular que levou à sua independência da Indonésia e à fundação de Timor -Leste.
Sabam disse que o livro foi parte do esforço para dar um relato completo de Timor-Leste, com uma descrição viva de como o Ministério dos Estrangeiros e o então ministro dos estrangeiros foram ultrapassados por Habibie e os seus conselheiros sobre o referendo no Leste de Timor.
Apesar da asserção de Alatas que o livro não tinha a intenção de refutar falsidades acerca de Timor-Leste em muitos livros anteriores, escreveu no prefácio: " ... Aqui e acolá nas minhas leituras (de muitos outros livros) encontrei algumas versões e detalhes que não corresponde ao que acredito aconteceu."
Com quase todos os outros trabalhos sobre o Leste de Timor de autoria de observadores estrangeiros, Alatas acreditava que chegara o tempo para um livro com base na perspectiva de um cidadão Indonésio envolvido intimamente na questão de Timor-Leste em todos os 25 anos da sua experiência.
Alatas disse que o público Indonésio precisavam de saber o que aconteceu durante a luta da Indonésia para reter Timor-Leste, especialmente nas negociações à porta fechada de 1983 a 1999, para evitar falsos mitos e acusações de que era uma luta entre o bom – significando o Leste de Timor – num lado, e o mau – a Indonésia – no outro.
"É para desejar que se aprendam lições valiosas e que se usem para desenvolver a nossa nação," disse à audiência.
Alatas sublinhou que o aspecto mais importante que os líderes políticos Indonésios podem aprender de Timor-Leste para o futuro é como tratar áreas vulneráveis a secessão, tais como Papua e Nanggroe Aceh Darussalam.
Disse também que o caso de Timor-Leste mostrou que a Indonésia nunca deveria subestimar o poder de ONG’s quando se unem por detrás duma causa particular. Podem influenciar os governos respectivos, acrescentou, e mostrou que Timor-Leste não era "mais uma mera pedra mas qualquer coisa que sobrecarregava a Indonésia".
O porta-voz Presidencial Dino Patti Djalal, que foi também um ajudante de Alatas em Timor-Leste, disse que o livro ensinou lições muito valiosas.
Isto inclui, acrescentou, que a Indonésia falhou na conquista dos corações e dos espíritos do povo de Timor-Leste ao simplesmente despejar dinheiro na província, deixando os militares e os serviços de informações jogarem um papel maior na área.
A Indonésia ocupou a antiga colónia Portuguesa em 1975. Num referendo afiançado pela ONU em 1999, o povo votou poderosamente pela separação da Indonésia. Em Maio de 2002, tornou-se um Estado independente.
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