Tradução da Margarida.
Concordo que estivemos unidos numa causa. Ninguém pode negar que a FRETILIN teve um papel principal na libertação de Timor-Leste, nem o facto que houve uma participação consensual de todos durante a luta.
O que falta entender é que Timor já não está mais a lutar por uma causa, Timor está no processo de construção de nação e de se governar autonomamente.
Há um apelo para unidade Nacional com o qual concordo totalmente mas não no contexto em que alguma gente quer. Há a percepção que Timor precisa de um Governo que represente a noção de Unidade Nacional onde os Ministros não sejam escolhidos sob a orientação de Partidos Políticos. Isto em teoria soa bem mas em termos de respeito pela democracia e pela constituição é perigoso. A democracia existe juntamente com os partidos políticos. Em Timor as escolhas são dadas às pessoas através dos partidos, é o partido vencedor que escolhe o Governo e se o partido sentir confiança para governar sozinho tem o direito de o fazer.
Gostava de acrescentar que a FRETILIN obteve 57% dos votos nas eleições de 2001. A Unidade Nacional deve existir na forma de cada cidadão em Timor-Leste estar unido no respeito pela regra da lei, no respeito pela democracia e acima de tudo pela Constituição que foi feita por delegados do Povo. E até à conclusão das eleições de 2007 temos portanto de aceitar o facto de o Parlamento ainda representar todo o povo de Timor-Leste. É a única instituição que representa todo o povo, isso deve-se ao facto de no Parlamento os partidos minoritários estarem representados desde que ganhem votos suficientes. Quando se considera por exemplo a Presidência pode-se ter dez candidatos mas só o vencedor se torna Presidente.
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