Díli, 20 Jul (Lusa) - O processo-crime aberto contra o ex- ministro do Interior Rogério Lobato por alegado envolvimento na distribuição de armas vai prosseguir porque a juíza indeferiu um requerimento da defesa para que fosse considerado nulo e sem efeito.
Segundo os advogados de Rogério Lobato, Paulo Remédios e Luís Mendonça de Freitas, a juíza indeferiu o requerimento, respondendo que ao contrário do que foi invocado pela defesa, o Procurador-Geral da República, Longuinhos Monteiro, "não teve qualquer intervenção no processo".
Rogério Lobato requereu no passado dia 14 a nulidade do processo aberto contra si, com base em acusações de um veterano da luta de resistência contra a ocupação indonésia, e fundamentou o seu pedido invocando uma "declaração de incompetência" de Longuinhos Monteiro.
O ex-ministro considerou no seu requerimento que o mandato de Longuinhos Monteiro, iniciado em Novembro de 2001, teria já caducado, pelo que todos os actos processuais e jurídicos em que ele tivesse sido interveniente deveriam ser considerados nulos e sem efeito.
"No requerimento pediu-se a nulidade dos actos praticados pelo senhor Longuinhos Monteiro, com o correspondente arquivo do processo, a anulação das medidas de coacção e a extracção de uma certidão para exigência posterior de uma indemnização", disseram à Lusa, no passado dia 17, os dois advogados à Lusa.
No entendimento de Paulo Remédios e Luís Mendonça de Freitas, como Longuinhos Monteiro foi nomeado PGR pela Administração Transitória da ONU, em 2001, com um mandato de três anos, e apesar da Constituição de Timor-Leste, aprovada em 2002, prever um mandato de quatro anos a contar do início do exercício das funções, todos os actos jurídicos e processuais efectuados além de 2005 deveriam ser considerados nulos e sem efeito.
Todavia, a juíza indeferiu o requerimento, argumentando que Longuinhos Monteiro não teve qualquer intervenção neste processo- crime, no qual também o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri figura igualmente como arguido.
Lobato e Alkatiri foram acusados por Vicente da Conceição "Railos", veterano da luta de resistência, de terem distribuído armas a civis com o objectivo de eliminarem adversários políticos do ex- primeiro-ministro, dentro e fora da FRETILIN, o partido maioritário em Timor-Leste, e que é liderado por Mari Alkatiri.
Alkatiri foi hoje ouvido durante cerca de duas horas e foi-lhe imposta a medida de coacção mais branda do Código de Processo Penal, o Termo de Identidade e Residência.
Rogério Lobato foi ouvido já duas vezes, a 22 de Junho e 01 de Julho, sobre a alegada distribuição de armas a civis, e está actualmente proibido de abandonar a sua residência, por razões de segurança pessoal.
Segundo o Ministério Público, Lobato e Alkatiri são acusados de quatro crimes: conspiração, tentativa de revolta, posse ilegal de armas e associação criminosa, pelos quais arriscam uma pena de 15 anos de cadeia.
Na sequência das acusações de "Railos", e no âmbito da crise político-militar desencadeada em finais de Abril, Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro, cedendo num "braço de ferro" com o Presidente Xanana Gusmão, que exigiu que o então chefe de governo "assumisse as suas responsabilidades".
Longuinhos Monteiro foi empossado por Xanana Gusmão para um mandato de quatro anos na Procuradoria-Geral da República, no passado dia 17.
EL.
Mas afinal quem deu posse e legitimou os procuradores que intervêm no processo?
ResponderEliminarQuem lhes deu poderes, distribuiu o processo, deu orientações de serviço?
Se foi Longuinhos Monteiro está tudo na mesma.
Então e as armas entregues a Longuinhos Monteiro pelo Railos na célebre cerimónia?
ResponderEliminarNão foi um acto do processo?
Se Longuinhos Monteiro não teve qualquer intervenção no processo então o que foi a entrega das armas?
Foi só uma cerimónia?
Onde estão as armas?
Em casa de Longuinhos Monteiro ou na Procuradoria Geral?
Pelos vistos nada é feito com seriedade em Timor...
Como eh que este homem que esteve preso em Angola por causa de contrabando de diamantes foi nomeado Ministro do Interior?! Em Angola diamantes e em Timor armas para liquidar adversarios politicos!
ResponderEliminarAi Timor!...
E mesmo anonimo das 11:36:49 PM. So em Timor.
ResponderEliminarE depois da sua demissao como Ministro do Interior foi "promovido" a vice-presidente da fretilin. E esta!?
ResponderEliminarA moda do Malai Azul " Palavras para que?"
É melhor pedirem contas a quem permitiu que este género de coisas acontecesse - ao núcleo duro da Fretilin que está claramente em maus lençois escudados pelo que chamam a vontade do povo... para a Constiuinte.
ResponderEliminarTenham vergonha meus senhores! Essa rudeza política deixou o povo desconfiado. Querem levar para a lama os que por ele batalharam.
A caravana passa, e os caes ladram!
ResponderEliminarTata Mai Au
Anónimo das 7:49:20 PM: penso que foi principalmente um happenning teatral. Lembra-se que teve encenações, cenários e até convidados especial (Bispo, enviado do Durão Barroso, Paulo Martins, etc...)
ResponderEliminarMas lembra-se que semanas antes, em casa do Xanana o Longuinhos também esteve a receber outras armas? Devidamente filmado mas sem a presença do Bispo?