Washington Post
Por NICK WADHAMS
The Associated Press
Quarta-feira, Julho 19, 2006; 7:57 PM
NAÇÕES UNIDAS – O Conselho de Segurança da ONU deve preparar-se para se comprometer com capacetes azuis em Timor-Leste por muitos anos se ordenar o regresso de forças para a nação dividida como é esperado, disse um enviado da ONU na Quarta-feira.
Num briefing privado ao Conselho, Ian Martin esboçou o modelo de tal missão. Entre outras coisas, requererá unidades de polícia apoiadas por uma força de resposta rápida, uma presença militar durante as eleições de Timor-Leste no próximo ano, e conselheiros para ajudar à votação.
Timor-Leste foi atirado para uma crise depois do despedimento de 600 soldados, que depois lutaram contra tropas leais nas ruas da capital. O desassossego espalhou-se em guerras de gangs e alargou-se a pilhagens e incêndios postos. Pelo menos foram mortas 30 pessoas e 150,000 foram forçadas a sair das suas casas.
Os comentários de Martin, que não foram tornados públicos, estiveram entre os mais detalhados até à data a explicar o que é que a ONU pretende com uma nova missão em Timor-Leste. A Associated Press obteve uma cópia do discurso que preparou.
A força sucederá a uma presença da ONU quase sem músculo, os restos duma maior missão da ONU que foi sendo gradualmente reduzida durante quatro anos.
Martin sugere que o Conselho não tome a mesma atitude em relação à nova missão, como fez com a última. A última crise lá, que incluiu a pior violência que atingiu o país desde que votou para se separar do domínio da Indonésia em 1999, mostrou claramente que pôr um novo país de pé é um processo de longo prazo, disse.
"Um compromisso renovado pela comunidade internacional para ajudar o país neste processo deve corresponder a um compromisso a longo prazo," disse ao conselho.
Era esperado que o Secretário-geral da ONU Kofi Annan entregasse um relatório ao conselho em breve acerca das suas recomendações para a composição da missão.
Os comentários de Martin dão um esboço grosseiro do que Timor-Leste pode esperar. A “tarefa central” da nova missão será garantir a segurança em Timor-Leste com uma "componente policial substancial," disse.
A missão também deve trabalhar para facilitar a reconciliação nacional; ajudar nas eleições; rever o próprio sector de segurança de Timor-Leste; promover os direitos humanos e a justiça; e ajudar o país a desenvolver as suas próprias capacidades de governação.
Funcionários e diplomatas da ONU esperam que a nova missão da ONU abrigará algumas das forças internacionais que foram destacadas para Timor-Leste depois da última crise.
Martin disse que os diplomatas reagiram favoravelmente à sua mensagem de que o conselho precisará de comprometer capacetes azuis em Timor-Leste por algum tempo.
"Isso, penso, é o sentimento dos membros do conselho também," disse aos repórteres depois do seu briefing.
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