segunda-feira, julho 03, 2006

Missão da CPLP chega hoje a Díli para ajudar a criar "clima de paz"

Lisboa, 03 Jul (Lusa) - Uma missão ministerial da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) chega hoje a Timor-Leste para avaliar a situação e identificar formas de ajuda na pacificação do país.

A missão, que vai estar no país até quinta-feira, é dirigida pelo chefe da diplomacia de São Tomé e Príncipe, Carlos Gustavo dos Anjos, cujo país preside actualmente à comunidade que reúne Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Integram também a missão representantes políticos dos vários países da organização, incluindo de Portugal, mas apesar das numerosas tentativas de contacto com o assessor da CPLP, António Ilharco, nos últimos dias, não foi possível saber os nomes dos outros responsáveis que vão a Timor-Leste.

Em declarações à Agência Lusa, na semana passada, Carlos Gustavo dos Anjos afirmou que a comunidade precisa de "dar a mão a um país irmão" e que, enquanto organização, a CPLP "pode contribuir", "com os meios que tem", "para que a situação se acalme e se crie um clima de paz".

O ministro são-tomense acrescentou que se trata de "uma missão exploratória", cujos resultados serão transmitidos aos governos dos Estados membros para que se decida qual o passo seguinte.

Carlos Gustavo dos Anjos disse ainda que, além da sua componente política, a missão integra técnicos que vão avaliar as necessidades de "assistência em áreas específicas como a Justiça ou a Segurança".

O envio de uma missão ministerial a Timor-Leste foi decidido durante uma reunião extraordinária do Conselho de ministros da CPLP que se realizou em Lisboa, sede da organização, a 18 de Julho.

Na altura, o chefe da diplomacia portuguesa, Diogo Freitas do Amaral, entretanto demissionário, destacou a importância que a CPLP deverá assumir no actual processo timorense, nomeadamente através de uma actuação coesa junto das Nações Unidas.

Timor-Leste atravessa actualmente uma profunda crise política e social. A situação nas ruas acalmou nos últimos dias, mas estão ainda em curso contactos políticos para a formação de um novo governo ou, em alternativa, para a dissolução do parlamento e a convocação de eleições antecipadas.

A crise, que começou há vários meses com a deserção de um terço do exército por alegada discriminação da hierarquia, levou à desintegração das forças de defesa e de segurança, à entrada de forças militares e policiais estrangeiras e a uma profunda crise política que opôs o Presidente, Xanana Gusmão, ao primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

Alkatiri, eleito em 2001 com 57,37 por cento dos votos, acabou por se demitir do cargo na segunda-feira passada, depois de Xanana ameaçar demitir-se se ele não o fizesse.

Os incidentes mais violentos registaram-se em Abril e Maio, com um saldo de mais de três dezenas de mortos, mas mais de 150.000 pessoas permanecem refugiadas em campos de acolhimento.

MDR/VM.

7 comentários:

  1. A Comunidade de Países de Língua Portuguesa não é aquela associação completamente irrelevante, que ainda não fez nada de relevante?

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  2. Pode ser que agora consiga fazer alguma coisa. O sr. Chissano vai? E o sr. Sampaio também?

    Que chatice.

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  3. Ora bem , é só uma curiosidade que gostaria que fosse esclarecida,"Esse Cristovão Santos", acessor de imprensa do Dr Ramos Horta não será o mesmo que estava na prisao quando a guerra de 75 rebentou em Timor? O nome não me é desconhecido ! Acho que era um sujeito que trabalhava na imprensa e depois esteve preso por algo muito feio que fez ...estarei enganado? Se é o mesmo como é que ele está lá de novo? Posso estar enganado mas acho demasiada coincidencia!

    Ai Timor! Ai Timor!...

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  4. Ora ainda bem. Mesmo a tempo. Agora é que são uteis.
    Sentido de oportunidade, "timing" politico ideal, reacçção atempada.
    Pffffffffff...................

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  5. Parce importante esta Missão da CPLP ao nivel dos apoios que possa vir a prestar nos vários sectores senão ainda vamos ver novamente a Policia Timorense a receber formação em inglês ou indonésio e completamente à margem dos regulamentos e leis timorenses conforme aconteceu no passado com o projecto de formação australiano da PNTL.
    Se Timor Leste optou por um sistema legal civilista todas as formações devem ser dadas por países com o mesmo sistema legal. É óbvio.

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  6. O importante é que, sejam quais forem os "mestres" para a PNTL, F-FDTL ou outras, as forças não fiquem ao serviço de um partido mas sim do povo e da Constituição.

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  7. E a propósito o sr. comandante Paulo Martins já desceu das montanhas e já se apresentou ao serviço? Ou continua como outros, fora de serviço?

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