Díli, 28 Jul (Lusa) - A GNR deteve hoje em Díli 12 pessoas que se manifestaram ilegalmente para exigir a libertação do major Alfredo Reinado, e que se envolveram em distúrbios no centro da capital, disse à Lusa o comandante operacional dos militares portugueses.
Segundo o capitão Gonçalo Carvalho, os manifestantes arremessaram pedras contra um campo de refugiados, situado entre o porto de Díli e o Hotel Timor.
Estes foram os primeiros incidentes em que se registaram detenções desde que terça-feira passada o major Alfredo Reinado foi surpreendido na posse de um arsenal militar ilegal, composto por pistolas, milhares de munições, granadas, rádio e fardas.
O major Reinado foi posteriormente detido pelas autoridades.
Dezenas de pessoas começaram a concentrar-se quinta-feira defronte do Centro de Detenção, no bairro de Caicoli, para onde o major Alfredo Reinado foi conduzido para ser ouvido pelo Ministério Público devido à posse ilegal de armas, exigindo a sua libertação.
A concentração, ilegal porque não foi pedida previamente autorização ao Ministério do Interior, redundou hoje em actos de violência em vários pontos da cidade, com grupos de jovens a apedrejarem viaturas.
O major Alfredo Reinado abandonou no início de Maio a cadeia de comando das forças armadas timorenses, e encontra-se desde quinta- feira sob o regime de prisão preventiva devido à posse legal de armas.
Juntamente com Reinado mais 14 homens do seu grupo ficaram sob a medida de coacção de prisão preventiva.
Hoje ao princípio da tarde (hora local), à chegada a Díli, proveniente da Malásia, o primeiro-ministro José Ramos-Horta reafirmou o primado da lei sobre quem violar determinações, emanadas do chefe de Estado, governo e parlamento, que proíbem civis e grupos irregulares de andarem armados.
"Há uma determinação do chefe de Estado, do governo, do Paramento Nacional, de que nenhum elemento civil ou grupo irregular deve estar na posse de armas (...) Portanto, quaisquer elementos não autorizados estão obviamente a violar as decisões do Estado", disse.
Relativamente à realização de manifestações, o primeiro- ministro salientou que não serão autorizadas manifestações em locais não previstos na lei, designadamente a menos de 100 metros de edifícios do Estado ou embaixadas.
"Não há autorização para manifestações que possam perturbar a ordem pública. Se querem fazer uma manifestação, solicitem às autoridades competentes, como o Ministério do Interior, que designará o local e os termos em que qualquer manifestação possa ter lugar", acrescentou.
EL.
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