João Paulo Guerra, Diário Económico, 24/07/04
Quando começou a ser contestado como primeiro-ministro de Timor-Leste, Mari Alkatiri era acusado de ter mau feitio.
Os seus detractores, no entanto, não deixavam de lhe reconhecer qualidades de seriedade e honestidade. Alkatiri saiu do poder pelo seu pé, para evitar confrontos institucionais de dimensões e consequências imprevisíveis e, menos de um mês depois, foi constituído arguido num processo por “associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução”.
A acusação contra Alkatiri tem por base um programa de televisão da Austrália e afirmações aí produzidas por um figurante. Segundo o guião do programa ‘Four Corners’, Alkatiri teria distribuído 30 armas por civis, militantes da Fretilin, com o fim de constituir “esquadrões da morte” em Timor. De acordo com o Diário de Notícias, nas declarações do denunciante para o inquérito judicial o número de armas já baixou para 11. Mas os rumores vão fazendo fé e prestando testemunho.
Mari Alkatiri já foi interrogado na qualidade de arguido e certamente não terá dito algo de substancialmente diferente do que declarara anteriormente em entrevista ao Expresso. Que “não havia, nem há” armas nas mãos de militantes da Fretilin, que o que se desenvolveu em Timor-Leste foi um “golpe de Estado” e que “na raiz do conflito está o petróleo”.
A substituição de Mari Alkatiri no cargo de primeiro-ministro abriu em Timor-Leste um novo ciclo político que tem por horizonte a realização de eleições agendada para os primeiros meses de 2007. E dá ideia que a campanha eleitoral já começou. Se de facto houve um “golpe” com “raiz” no petróleo, que jeito daria aos “golpistas” - de dentro e de fora - ter Mari Alkatiri nas eleições enredado num processo por “associação criminosa, posse ilegal de armas, conspiração e tentativa de revolução”.
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/673976.html
"Segundo o guião do programa ‘Four Corners’, Alkatiri teria distribuído 30 armas por civis, militantes da Fretilin, com o fim de constituir “esquadrões da morte” em Timor. De acordo com o Diário de Notícias, nas declarações do denunciante para o inquérito judicial o número de armas já baixou para 11. Mas os rumores vão fazendo fé e prestando testemunho."
ResponderEliminarSera que o jornalismo portugues pode ser assim tao pessimo? O programa Four Corners disse que o grupo de Railos tinha 30 homens mas que nem todos tinham armas. Apresentaram ate um documento identificando a entrega de 15 HK33 incluindo os seus numeros de serie.
Foi tambem apresentado nesse prgrama os cadaveres de 4, repito 4 homens de Rai Los que tinham sido mortos no combate em tasitolo as armas dos quais tinham sido capturadas pelas F-FDTL. Ora nao e dificil constatar que 15-4=11 armas.
Mas que cambada de facciosos!!!