terça-feira, julho 04, 2006

Brasil interessado em relações bilaterais, admite ajustes

Díli, 04 Jul (Lusa) - Uma missão governamental brasileira conclui quarta-feira uma visita de trabalho a Timor-Leste que visou demonstrar a atenção e o interesse de Brasília nas relações bilaterais, disse hoje à Lusa fonte oficial do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Segundo o embaixador Pedro Motta, subsecretário geral para a África, Ásia, Oceânia e Médio Oriente do Itamaraty, a vinda da missão multidisciplinar, que incluiu representantes dos ministérios da Defesa e da Educação, surge na sequência de uma carta escrita a 30 de Maio pelo presidente brasileiro, Lula da Silva, ao se homólogo timorense, Xanana Gusmão.

Na carta, o presidente brasileiro manifesta "a disposição de prosseguir a cooperação bilateral, e eventualmente fazer os ajustes necessários em função da crise" político-militar em Timor-Leste, salientou o embaixador Pedro Motta.

"Viemos aqui marcar a nossa presença. O Brasil considera um facto político importante demonstrar a atenção que dedicamos a Timor- Leste", acrescentou.

Durante os cinco dias da estada em Timor-Leste, a missão brasileira manteve reuniões de trabalho com o Presidente Xanana Gusmão, o ministro de Estado, dos Negócios Estrangeiros e da Defesa, José Ramos-Horta, a ministra de Estado e da Administração Estatal, Ana Pessoa, as chefias militares da Forças de Defesa de Timor-Leste, o representante especial de Kofi Annan em Timor-Leste, Sukehiro Hasegawa, e com o enviado especial de Kofi Annan, Ian Martin.

Relativamente à futura missão da ONU em Timor-Leste, Pedro Motta destacou a importância da presença das Nações Unidas e do reforço da presença policial internacional, acentuando o "interesse do Brasil em participar".

"Temos interesse e vamos examinar de forma muito positiva a participação do Brasil nessa nova missão. Existe um consenso, entre a comunidade internacional e também entre as autoridades timorenses, para que a futura missão tenha uma componente policial adequada", disse.

"O governo brasileiro vai defender uma participação da ONU no processo de reestruturação e construção do Estado em Timor-Leste e também na estabilização da vida social e política", afirmou.

EL.

Sem comentários:

Enviar um comentário