quarta-feira, junho 21, 2006

UDT suspende participação no parlamento

Díli, 20 Jun (Lusa) - A União Democrática Timorense (UDT), o mais antig o partido político de Timor-Leste, anunciou hoje em Díli a suspensão da sua part icipação no parlamento "por falta de condições de estabilidade, segurança e psic ológicas".

Segundo o presidente da UDT, João Viegas Carrascalão, que fez o anúncio em conferência de imprensa, o presidente timorense, Xanana Gusmão, devia "deter minar, de imediato, o estado de crise antes que a situação fique fora de control o e se entre no descalabro total".
A UDT exige, por outro lado, que seja feita "uma investigação independe nte e supra partidária" a todos os titulares de cargos políticos e públicos, inc luindo designadamente os titulares dos órgãos de soberania e os partidos polític os.

A suspensão dos seus dois deputados dos trabalhos parlamentares vigorar á "até que a normalidade seja restabelecida".

"Estamos a viver o momento mais difícil da nossa curta história como pa ís independente", em que a soberania de Timor-Leste "está em perigo", salientou João Carrascalão.

Crítico da actuação do governo, ao qual acusa de "privilegiar as receit as económicas em detrimento do bem-estar social" e de não ter um plano de promoç ão de emprego, a UDT marca igualmente as distâncias relativamente ao estilo de o posição dos outros partidos políticos.
"Sem oferecer medidas alternativas e com uma crítica constante sempre m ordaz e pouco eficaz, aumentou o fosso, extremaram-se os campos e gorou-se a hip ótese de uma coexistência serena, madura e cooperante", acrescentou.

Para fazer face à crise político-militar que o país atravessa, os órgão s de soberania, "com destaque para a Presidência da República, Parlamento e Gove rno", "votaram os partidos políticos ao desprezo".

Por outro lado, "assistimos à intervenção indiscriminada do Presidente da República e do Ministro dos Negócios Estrangeiros, com centralizado domínio d a situação, o que pode prefigurar-se como um perigoso indício de ditadura", diss e.

A UDT obteve 2,36 por cento dos votos nas eleições gerais de 2001, ganh as confortavelmente pela FRETILIN, que alcançou 57,37 por cento, elegendo 55 dos 88 lugares do Parlamento Nacional.
EL.

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