terça-feira, junho 27, 2006

Obrigado, Margarida.

Tradução:

Alkatiri foi-se mas os problemas de Timor-Leste permanecem
TodayOnline

Terça-feira • Junho 27, 2006

Marianne Kearney em Jakarta

Depois de se aguentar na sua difícil posição durante semanas, o impopular Primeiro-Ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri sucumbiu finalmente à pressão e entregou ontem a sua carta de resignação.

Mas os analistas avisam que a sua partida não significa necessáriamente decretar o fim da agitação e da violência no país empobrecido.

O Sr Alkatiri disse que resignava no interesse do país. "Assumindo a minha parte de responsibilidade na crise que afecta o nosso país, estou determinado a não contribuir para nenhum aprofundamento da crise," disse.

O primeiro-ministro tinha enfrentado os pedidos para sair desde final de Maio, quando confrontos entre duas facções da polícia e das forças armadas, ao lado de violência de gangs deixaram 21 pessoas mortas e forçaram perto de 150,000 a fugir das suas casas.

A pressão intensificou-se na semana passada quando o Presidente Xanana Gusmão, um herói do movimento de independência do país, ordenou ao Sr Alkatiri para resignar e assumir a responsabilidade da crise. Ele ameaçou resignar se o Sr Alkatiri não o fizesse.

O Sr. Alkatiri disse: "Declaro que estou pronto a resignar da minha posição de primeiro-ministro do governo ... para assim evitar a resignação de Sua Excelência o Presidente da República."

Centenas de manifestantes, acampados fora do Parlamento nos últimos dias, celebraram a decisão quando a sua caravana barulhenta marchou através de Dili. Mesmo antes de terem emergido as acusações na semana passada de que o Sr Alkatiri tinha armado um esquadrão de ataque para eliminar os seus opositores, ele fora acusado de usar os militares para esmagar tropas rebeldes e pela crise nas forças de segurança.

Mr Damien Kingsbury, um analista Australiano, disse que sem a resignação do Sr Alkatiri seria impossivel para o país e para o partido no poder, a Fretilin, progredirem.

"Eles terão a oportunidade de escolher um Primeiro-Ministro mais conciliador," disse.

Mas outros problemas podem-se arrastar, avisou Mr Tigor Naispolos de uma ONG com base em Dil, a Solidariedade Sem Fronteiras.

As forças de segurançs estavam num turbilhão, os rebeldes estavam armadas e sectores do partido no poder estavam zangados com o facto do Sr Alkatiri ter sido forçado a sair do gabinete, disse Mr Naispolos.

Prevê que os apoiantes do Sr Alkatiri não causem necessariamente confusão nas ruas de Dili, mas não podemos descartar que isso não ocorra.

O novo governo terá de fazer recuar a cultura da violência, acrescentou.

Observadores dizem que neste período de reconstrução, Timor Leste pode precisar mais do que de tropas Australianas, que geralmente são vistas como anti-Alkatiri, mas uma força liderada pela ONU para restaurar a paz.

Até agora, mais de 2,200 tropas, a maioria Australianas foram destacadas para manter a paz e a segurança no país.

"A Violência e a cultura da violência serão difíceis de resolver, não precisamos só de soldados Australianos mas também Portuguesee e outros liderados pela ONU," disse Mr Naispolos .

A nova liderança terá as mãos cheias

Significantemente o candidate referido para ficar com o posto do Sr Alkatiri é a Senhora Ana Pessoa, uma aliada política próxima do Sr Alkatiri e que faz parte dum grupo de Timorenses que passaram anos de exílio na antiga colónia Portuguesa, Moçambique.

"È da clique de Moçambique, e o problema é que Alkatiri continuará ainda a controlar as coisas detrás da cena," disse Mr Naispolos.

A Senhora Pessoa, a antiga mulher do vencedor do prémio Nobel José Ramos Horta, tem melhores credenciais do que o Sr Alkatiri, que era amplamente criticado como antipático para os Timorenses vulgares, porque passou os anos da brutal ocupação Indonésia no relativo conforto de Moçambique.

Mas os observadores também dizem que a Senhora Pessoa pode enfrentar o seu próprio conjunto de problemas.

"É muito Portuguesa, muito formal e será difícil para ela ser aceite pelo povo," disse Mr Naispolos.

Um problema maior é que ela não fala Tetum, a lingua local, disse Mr Kingsbury, uma desvantagem se ela quiser chegar aos Timorenses rapidamente.

Contudo, ao contrário do Sr Alkatiri, a Senhora Pessoa é uma figura muito mais moderada.

"Ela não é necessariamente a melhor candidata — a linguagem é uma questão central — mas pode ser uma figura unificadora, e essencialmente, não é autoritárias," disse Mr Kingsbury.

Além da Senhora Pessoa, o Sr José Luis Gutteres o Embaixador de Timor-Leste nos USA ou o Sr Virgilio de Jesus, ambos figuras reformistas do partido, são candidatos fortes ao cargo de Primeiro-Ministro, disse, Mr Kingsbury.

O amplamente respeitado ex-Ministro dos Estrangeiros José Ramos Horta tem também sugerido que estaria disposto a aceitar o lugar, mas os analistas dizem que com a Fretilin a considerar que Mr Horta traiu o Sr Alkatiri, será quase impossível que ele seja o escolhido.


Tradução:

A ONU vai aumentar as Tropas em Timor-Leste
United Nations, Jun 26 (Prensa Latina) O enviado especial da ONU Ian Martin chegou a Dili para avaliar a necessidade de aumentar o número de capacetes azuis da ONU quando a violência atinge Timor-Leste.

O diplomata veterano disse que o Conselho de Segurança dirá sobre o tamanho das tropes ( até agora compostas pela Austrália, Nova Zelândia, Portugal e Malásia) conforme recomendações do Secretário-Geral Kofi Annan.

Annan anotou na semana passada a necessidade de aumentar as tropas no arquipélago causadas pelo levantamento de 600 soldados que se queixavam de motivos raciais para a sua demissão.

Martin diz que tudo fará no que estiver ao seu alcance nas próximas duas semanas para conter a crise que até agora resultou em 30 mortos, numerosos feridos e alguns 145,000 deslocados.
Entretanto o Representante da ONU em Timor-Leste Sukehiro Hasegawa urgiu os politicos a pedir aos seus seguidores para não criarem violência no meio da resignação do ministro dos estrangeiros e da defesa e o pedido do Primeiro-Ministro Mai Alkatiri para sair.

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