quarta-feira, junho 28, 2006

A estratégia das ultimas horas...

Recebido do Cacau Branco:

Dissolução à vista... destruição total para a provocar

O Presidente da República, disse ontem que só não dissolverá o Parlamento Nacional se não o conseguir.

Xanana Gusmão não quer um governo FRETILIN, pese embora ter dado na sua curta comunicação que privilegia um Governo de iniciativa parlamentar. Mas está incontactável para receber a proposta que a FRETILN lhe tem para apresentar. O presidente não quer mais governos da FRETILIN - daí toda esta situação de caos provocado. Xanana Gusmão quer a iniciativa presidencial...

Xanana Gusmão e José Ramos Horta têm tudo definido e pode perceber-se mais uma vez nas declarações do seu porta-voz - também ministro da Defesa, também ministro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação -, à infame ABC australiana.

Confrontados com a mobilização da FRETILIN, às portas da cidade, partiu-se para a estratégia da queimada geral e do caos social nas ruas da capital. Tudo isto serve para responsabilizar a FRETILIN a não levar os militantes a entrar na cidade.

No entanto, os militantes vão entrar e fazer a entrega do documento com as suas exigências ao presidente da república. Na nossa opinião devem ficar em Dili, tal como os outros, mas sem praticar a violência. As tropas internacionais só terão que garantir a ordem e a separação dos grupos criando perímetros de segurança. Aí a cidade acalmará.

Neste momento Xanana Gusmão não consegue aos olhos do mundo esconder a sua incapacidade (ou estratégia) de não controlo dos grupos que já assumiu como sendo "do seu lado" e organizados por pessoas que estão como desertores e como tendo praticado crime de lesa pátria.

Resta a Xanana Gusmão, para dissolução do parlamento Nacional, a promoção deste ambiente que se vive em Dili com as queimadas, os ataques e as provocações. Desta forma as instituições ficam em definitivo paralisadas e o país espreita um clima de confrontação virtual apenas e só na cidade de Dili - aliás como tem vindo a acontecer nas ultimas semanas. Mas este ambiente na cidade, com a ajuda de alguma comunicação social, com a Agência LUSA e a ABC participantes activos - a passar a ideia de confrontos entre apoiantes de um e outro lado -, vai acabar por assumir internacionalmente a proporção de pré-guerra civil, ou já em marcha. Não é verdade.

A Mari Alkatiri e a Francisco Lu'olo resta-lhes neste momento a coragem e determinação na defesa da Constituição da República, através da afirmação da FRETILIN, do governo e do Parlamento Nacional.

A Mari e a Lu'olo resta-lhes a obrigação de informar os países amigos do que realmente se passa em Timor-Leste, a nível político e a nível social.

Importa neste momento que os países amigos, na esfera da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e no circuito asiático façam sentir à ONU que sabem e se preocupam com a participação australiana em todo este processo e a forma como as suas tropas se comportam - cumprindo ordens claras - no terreno.

Estes países têm de fazer sentir que sabem que a integridade física dos membros do Governo, nomeadamente, de Mari Alkatiri e família, correm riscos sérios, apesar da "protecção" dos militares australianos - assim como o povo indefeso nos campos do medo e os militantes e simpatizantes da FRETILIN.

A saída para esta crise passa por um elemento chave: o respeito pela Constituição da República.

Mas a verdade é outra, a Constituição da República está a ser violada de forma vil e ultrajante, para o Povo de Timor-Leste, desde a primeira hora deste golpe de Estado anedótico - seria assim se o povo não estivesse a sofrer tão intensamente as consequências do mesmo.

Não vale a pena apelar mais a Xanana Gusmão ou a José Ramos Horta, a agenda está assinada pelos dois. Há um fim a alcançar e os dados estão lançados, assim como os posicionamentos.

Neste momento a inviabilidade do Estado começa a ser evidente, parece-nos que a não haver uma acção determinada na correcção da situação, então aí o melhor será a anulação do país enquanto isso mesmo e começar de novo. E começar de novo significa na nossa opinião não devolver ao Povo o país nos próximos vinte anos. Mas esta leitura última é a útopia a funcionar. Claro que essa não é a saída. Timor-Leste é um Estado Soberano e Independente que está a sofrer as consequências da ambição desmedida de líderes de frustração ao limite.

A saída é devolver a palavra ao Povo e imediatamente.

As nações Unidas devem entrar já para preparar com carácter de urgência eleições antecipadas.

Aí, em segurança, o povo irá dizer uma vez mais o que quer. O depois, bem, depois a segurança terá de ser praticada e assegurada internacionalmente, mas nunca com a coordenação dos australianos, pois estes já deram provas bastas das suas intenções para com o "sonhado protectorado".

Que possa valer a Xanana Gusmão um relampo de racionalidade que lhe corrija o rumo.

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