Passei um tempo muito curto em Timor e tenho seguido as notícias sobre a crise timorense que em tão curto espaço de tempo já foi intitulada de, primeiro etnica, depois de má governação, depois económica, depois politica.
Até na designação a atribuir à CRISE não há consenso.
Na altura da minha curta passagem por Timor fiquei com a sensação que o Estado era artificial e as relações institucionais não eram mais do que relações pessoais de favores, de dívidas e de ódios adiados do tempo da resistência.
A minha sensação da altura torna-se hoje numa realidade dura e com graves custos para o desenvolvimento e soberania de Timor Leste senão vejamos:
O normal é que quem ocupa altos cargos de Estado mantenha uma relação institucional e cuidada com a imprensa.
Em Timor são de carácter permanente e quase diárias as intervenções de elementos dos vários orgãos de soberania na imprensa.
Este exagero leva a que se tenha estabelecido uma cultura de não diálogo institucional, como é normal, transportando para fora do Estado os conflitos e desacordos o que leva à pessoalização das Instituições.
Então deixam de existir a Presidência da República, o Governo e o Parlamento Nacional como orgãos de soberania e passam a ser o Xanana Gusmão, o Mari Alkatiri e o Lu-Olo.
É esta cultura que levou o Estado Timorense à situação actual e por isso o mundo assiste a um discurso não do Presidente da República mas sim do guerrilheiro Xanana Gusmão em pleno braço de ferro não com o Primeiro Ministro mas sim com Alkatiri.
Uma oposição que diz que vai entregar as "chaves" de orgãos de soberania a Xanana Gusmão, não o Presidente da República mas o lider em quem confiam.
Um Procurador-Geral que afirma publicamente que matou pessoas, violadores da lei, desertores do exército a serem tratados como figuras de destaque nacional.
É o caos institucional e o funcionamento à margem de uma lei que não conhecem e por isso é artificial.
Timor vive o clima de um povo que é gerido não por orgãos de soberania mas sim por uma espécie de guerrilheiros em tempo de ajuste de contas.
E o povo, o povo timorense em nome de quem todos dizem actuar está esquecido nos campos de refugiados.
Esquecido nos campos de desalojados não está porque o governo está a ampará-los com alimentação e cuidados de saúde. Felizmente que o perigo de epedemias parece afastado. Mas que é lamentável terem que viver em condições tão improvisadas, é.
ResponderEliminaristo convém é denegrir o xanana,pois como é inconveniente para os jogos pacianos do governo...não tarda até o bode expiatório do caos actual é o xanana.
ResponderEliminarfoi o xanana que convidou um excriminoso de seu nome lobato para ministro?
o xanana até nem queria ser presidente...mas estes especialistas da treta que por aqui andam...que hoje são tão bons treinadores de bancada...deviam dar o corpinho ao manifesto e deixar os ganinetes c\ ar condicionado das embaixadas tomrenses na australia e em portugal de onde vomitam atoardas sem fim sobre a "situação".
È óbvio que vos convém defender o "tacho" e nada melhor que garanti-lo até a teta já não não leite!
Xanana pode não ter as vossas licenciaturas em SACANICE,mas pode vislumbrar que muitos pseudo lideres no interior e no exterior nada fazem para colocar este pais nos eixos.
Excelente comentário.
ResponderEliminarAC
Br.
Excelente e realista!
ResponderEliminarBom comentário.
ResponderEliminarIsso mesmo, é preciso não ter medo de "pegar o toiro pelos cornos", de dizer desassombradamente quem é responsável por esta hecatombe em que Timor se encontra mergulhado.
ResponderEliminarPorque será que o Governo se agarra obstinadamente ao poder, dissimulado numa postura de legalidade, não cedendo um milímetro na sua irredutível posição? Tem certamente muito mais a perder do que parece.
Esperemos que o R. Lobato comece rapidamente a "desbobinar" porque, lá diz o povo - 'zangam-se as comadres, descobrem-se as verdades'!
E é de VERDADES que Timor precisa para que se saiba distinguir os lobos dos cordeiros!...
A história fala-nos de vários guerrilheiros, heróis libertadores, que mais tarde como Chefes de Estado são exemplos de ditaduras sem limites.
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