Aulas na Escola Portuguesa abrem mais cedo para recuperar atraso
Lisboa, 01 Jun (Lusa) - Os cerca de 500 alunos da Escola Portuguesa de Díli vão começar mais cedo o próximo ano lectivo para recuperarem as aulas inter rompidas este ano devido aos conflitos em Timor-Leste, anunciou o Ministério da Educação.
Em declarações à agência Lusa, o secretário de Estado Adjunto da Educaç ão, Jorge Pedreira, explicou que o próximo ano lectivo será mais longo do que o habitual, para que os professores da Escola Portuguesa de Díli possam dar a part e do programa que ficou este ano por leccionar devido à interrupção das aulas.
"Esperamos que as aulas possam recomeçar o mais rapidamente possível co m uma estabilização da situação em consequência da presença das tropas internaci onais, mas mesmo que as aulas sejam retomadas agora, já há prejuízos irreparávei s para os alunos", afirmou.
Segundo Jorge Pedreira, será muito difícil recuperar as aprendizagens a inda este ano, mesmo que as actividades lectivas sejam retomadas rapidamente, um a vez que oito dos 24 docentes da escola já abandonaram o país, na sequência dos confrontos entre grupos de civis armados e a polícia e forças de defesa timoren ses. Para minimizar o mais possível os prejuízos para os alunos, o Ministéri o da Educação português, que tutela esta escola, decidiu antecipar para o início de Setembro o arranque do próximo ano lectivo.
A maioria dos 24 professores portugueses que leccionam nesta escola per tence aos quadros do Ministério da Educação, estando destacada em Timor-Leste, m as há também docentes com contratos anuais que são pagos com verbas do orçamento do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), através do Instituto Português d e Apoio ao Desenvolvimento.
"Estamos já a acertar com o MNE a contratação dos professores para o pr óximo ano lectivo, para que estes possam estar na escola o mais cedo possível", adiantou Jorge Pedreira.
Os dois ministérios estão ainda em conversações para acertar uma transf erência de competências, de forma a que a Educação tenha uma intervenção apenas ao nível pedagógico, deixando os aspectos logísticos e de organização para o MNE .
Na Escola Portuguesa de Díli, que começou a funcionar no ano lectivo 20 02/2003, estudam actualmente cerca de 500 alunos do pré-escolar ao sétimo ano de escolaridade, a maioria filhos de cooperantes portugueses e de responsáveis das autoridades timorenses, entre os quais os filhos do presidente de Timor-Leste, Xanana Gusmão.
Com o objectivo de alargar a escola até ao ensino secundário, em cada a no lectivo é aberto mais um ano de escolaridade.
Para isso, as instalações da escola serão aumentadas, prevendo-se que a s obras de ampliação terminem no ano lectivo 2007/2008. Além dos 24 professores desta escola, estão este ano lectivo a lecciona r em Timor mais 114 docentes portugueses, dos quais sete no Centro de Línguas do Instituto Camões, também na capital, e 107 integrados no projecto de reintroduç ão da Língua Portuguesa e distribuídos por todo o território, de acordo com dado s do departamento de Educação da Embaixada de Portugal.
No país, estão ainda cerca de 80 professores universitários, que se enc ontram como voluntários a leccionar em cinco licenciaturas oferecidas por instit uições de ensino superior portuguesas, segundo números avançados terça-feira pel o Sindicato Nacional do Ensino Superior (SNESup).
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