"Parece-me que a UNICA maneira mais airosa que Timor-Leste teria para sair desta situação era formar um Governo de Unidade Nacional, cimentado com um 'pacto de sangue' entre os irmãos desavindos Xanana Gusmão e Mari Alkatiri, cada um no seu posto.
E chamar alguém qualificado da oposição e da igreja. Envolver todos.Os novos Ministros da Defesa e do Interior deveriam trabalhar em 'close co-operation' com o PR, conforme anunciado, no quadro constitucional, do Conselho de Defesa e Segurança, durante o periodo das medidas de emergencia e 'beyond' - mas sempre respeitando o quadro constitucional.
As forças internacionais - incluindo a GNR - deveriam pôr cobro à anarquia e criar condições para que a PNTL faça o seu trabalho em Díli.Taur Matan Ruak deveria demonstrar que controla a tropa ou afastar-se.Os crimes contra as instituições deveriam ser investigados logo que haja condições para tal. Mas sem que isso signifique deitar gasolina para a fogueira.
As forças internacionais deveriam ser coordenadas efectivamente pela ONU - que devia substituir o palhaço do Hasegawa por alguém com 'gravitas' suficiente (que saudades do Sérgio...). Por que não o Ian Martin ? Os australianos deviam ser limitados a um entre vários contingentes internacionais de representatividade mais ou menos equilibrada (onde estão os brasileiros ? os japoneses ? os paquistaneses ?).
A presença da ONU deveria ser reforçada de modo a criar condições para haver eleições livres em 2007 (hopefully) e continuar para além disso o tempo necessário para que as instituições timorenses se consolidem suficientemente.
O que ficou provado - à saciedade - não foi o caso agora. E desta vez não vale a pena procurar desculpas em interferencias externas. Os dados são estes e são claros: as instituições timorenses demonstraram que são demasiado frageis para suportar qualquer 'pequeno' embate (seja ele externo ou interno). Há que as consolidar. E não repetir os erros do passado recente.
A alternativa é a comunidade internacional virar as costas e deixar que os timorenses se matem entre si. E Timor-Leste, o único caso de sucesso da ONU, de 'nation building' seguiria o rumo do Haíti, do Ruanda ou da Somália.E, aí, o amigo Australiano - mesmo a 'contragosto' seria forçado a intervir para por ordem no seu backyard - e Timor-Leste ficaria uma especia de Salomon II, um protectorado, um bantustão. Felizmente, para os australianos o território dispõe de recursos petroliferos que 'justificariam' (pagariam) a intervenção... que assim até nem fariam um mau negócio...
Claro que melhor, melhor para a Austrália seria que os timorenses se governassem a eles próprios - sem precisarem da tropa australiana para tomar conta das ruas e das fronteiras - e que fizessem docilmente o que Camberra pensa que eles devem fazer. Não é isso que o PM Howard e o seu 'parrot' Downer têm repetidamente dito?
No fundo o que este leitor está a defender é um golpe de estado...e no meio de tanta distribuição de cargos e tarefas esqueceu-se que existe um Parlamento Nacional. Já o dá como dissolvido? E esquece-se que a Fretilin nas eleições teve mais de 57% da votação popular? Isso não conta, não interessa?
ResponderEliminarMas, afinal, não está em curso uma tentativa de golpe de Estado ? Alkatiri dixit
ResponderEliminarO PR assumir os poderes do Governo não é um golpe de Estado ?
Margarida: se tudo está 'normal', porque aconteceu tudo isto ? Será que é a realidade que se engana ?
ResponderEliminarAnónimo: mas quem falou em "normal" foi você! Eu até acho que é tudo muitíssimo anormal.
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