Camberra, 25 Mai (Lusa) - O primeiro-ministro e o ministro da Defesa australianos, John Howard e Brendan Nelson, disseram hoje que não conseguiram ainda contactar nem com o Presidente nem com o primeiro-ministro timorenses para que assinem o acordo de entrada das tropas.
A Austrália está, no entanto, disposta a avançar com o destacamento das suas forças mesmo sem acordo, porque a situação em Timor-Leste é "caótica", diz o ministro da Defesa australiano.
Segundo o governo australiano, Camberra tem as assinaturas do Presidente, Xanana Gusmão, do primeiro-ministro, Mari Alkatiri e do presidente do Parlamento Nacional, Francisco Lu'olo, num acordo para garantir a segurança do aeroporto, mas não para enviar o resto do contingente de 1.300 efectivos.
John Howard explicou que o principal contacto com o governo timorense tem sido o chefe da diplomacia timorense, José Ramos-Horta, que tem mantido diálogo com o seu homólogo australiano, Alexander Downer.
"Não falei directamente com nenhum deles", disse Howard.
Em declarações à televisão ABC, Brendan Nelson disse que os contactos com Timor-Leste estão "particularmente difíceis", confirmando não ter sido possível ainda estabelecer contactos nem com o Presidente nem com o primeiro-ministro.
Nelson afirmou, no entanto, que mesmo sem o acordo a Austrália vai avançar com o destacamento das tropas no terreno, afirmando que a situação que se vive em Díli é "caótica".
"Hoje houve mortes em Díli. Houve incidentes terríveis e ninguém, em quaisquer circunstâncias, aceitaria que nós ficássemos parados à espera de ter mais documentação que considero não necessitarmos realmente", disse.
ASP.
Díli, 25 Mai (Lusa) - O acordo que define a colocação e a missão dos militares australianos em Timor-Leste, no quadro de uma força internacional, será assinado ainda hoje, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros timorense.
ResponderEliminarJosé Ramos Horta falava à Lusa no final de uma reunião no aeroporto, em que participaram a embaixadora da Austrália em Díli, Margareth Towmey, e o vice-comandante das forças de defesa australianas, tenente-general Ken Gillespie.
"Nesta reunião não decidimos nada. Fiz apenas um resumo sobre a situação política e a situação de segurança. Agora vamos ver o Presidente (Xanana Gusmão), depois vamos ver o primeiro-ministro (Mari Alkatiri) e o brigadeiro-general Taur (Matan Ruak, comandante das forças armadas timorenses)", disse.
"Ao fim da noite, depois de falarmos com todas estas entidades que referi, vamos então assinar o acordo", frisou.
O acordo define a modalidade de intervenção das forças australianas, designadamente a sua colocação e mandato.