tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post116118263406935876..comments2024-03-24T18:22:40.376+09:00Comments on Timor Online - Em directo de Timor-Leste: Professor fights to save recordsUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post-1161536107129006022006-10-23T01:55:00.000+09:002006-10-23T01:55:00.000+09:00Tradução:Professor luta para salvar registosDaily ...Tradução:<BR/>Professor luta para salvar registos<BR/>Daily Bruin<BR/>Quarta-feira, Outubro 18, 2006<BR/><BR/>Por Peach Indravudh<BR/>DAILY BRUIN SENIOR STAFF<BR/><BR/>Os arquivos estão amontoados num edifício em Dili, a capital de Timor-Leste, guardados somente por um cadeado. Uns poucos guardas de segurança cercam o edifício, mas não se comparam com o poder potencial de um gang de pilhadores armados.<BR/><BR/>As 600 horas de audiotape ressuscitam os testemunhos de um passado violento, turbulento.<BR/><BR/>As 1,000 horas de video documentam memórias de mortes por assassinatos e pela fome. As centenas de milhares de páginas de documentos descrevem 25 anos de crimes e de injustiça nas mãos de unidades militares. Para Geoffrey Robinson, estes são registos que transcendem palavras ou imagens documentadas, e tornam-se relíquias inesquecíveis do conflito que Timor-Leste experimentou quando esteve sob controlo das forças armadas Indonésias, que começou em 1975 e durou até 1999.<BR/><BR/>Em 1999, como parte do Departamento de Assuntos Políticos da ONU, Robinson, agora um professor de história da UCLA, viajou para Timor-Leste para avaliar a situação política nos meses antes do voto da nação para se tornar independente da Indonésia.<BR/><BR/>Os registos que Robinson compilou durante o tempo que esteve em Timor-Leste contribuíram para um maior arquivo de registos reunidos pela Comissão de Acolhimento, Verdade e Reconciliação, que junta registos dos 25 anos da ocupação Indonésia de Timor-Leste.<BR/><BR/>Esses registos alegam que o turbilhão político durante o reinado das forças armadas Indonésias levaram para as mortes de 200,000 Timorenses, quase um terço da população.<BR/><BR/>Conquanto a ONU nunca acusou o governo Indonésio de nenhum crime contra os civis Timorenses, reconheceu que algumas tropas Indonésias participaram em tais crimes, e que o governo Indonésio nunca respondeu efectivamente à situação.<BR/><BR/>Robinson lidera o projecto de preservação dos arquivos, financiado por uma doação dada pela British Library.<BR/><BR/>Na próxima semana, Robinson regressará a Timor-Leste para ajudar a digitalizar e a copiar estes registos frágeis e ajudar a preservar o que ele disse tem esperança que o mundo nunca esquecerá.<BR/><BR/>Um lado escuro do romance<BR/><BR/>Foi atraído pela cultura estrangeira e aura exótica que cercava a Ásia do Sudeste, mas descobriu lá um lado escuro do romance. Era um lado escuro de que raramente se falava.<BR/><BR/>Em 1975, a Indonésia instigou uma campanha militar contra Timor-Leste e tomou o controlo do país, que tinha recentemente sido abandonado por Portugal, o seu antigo poder colonizador.<BR/><BR/>Durante a ocupação, cerca de 200,000 pessoas foram mortas, quer às mãos de alguns membros os militares ou à fome, de acordo com a organização de direitos humanos Amnesty International.<BR/><BR/>"As forças armadas Indonésias eram fortes e poderosas e largamente levaram sua avante pela força de grupo," disse John Miller, coordenador nacional do East Timor and Indonesia Action Network.<BR/><BR/>Esta parte da história provocou o interesse de Robinson, visto que pouco era conhecido na altura sobre o conflito porque o governo Indonésio tinha limitado os visitantes do estrangeiro, incluindo Robinson, de virem à região.<BR/><BR/>"Foi o que comecei a achar interessante, essa história não contada," disse Robinson. "Estava inquieto e intrigado por aquele isolamento."<BR/><BR/>Disse que nesse tempo os dissidentes políticos usavam identidades diferentes para que o governo não conseguisse seguir as suas pistas. As cartas eram passadas clandestinamente para a família e amigos para fora da nação.<BR/><BR/>Estudantes universitários começaram a juntar informação sobre a situação dos direitos humanos e a enviá-la para organizações de direitos humanos à volta do mundo.<BR/><BR/>Mas nos anos de 1980s, uma resistência alargada começou a ganhar velocidade.<BR/><BR/>Com a crescente pressão da comunidade internacional, a Indonésia concordou em autorizar uma votação para decidir se Timor-Leste se devia tornar independente, e em 1999 a população votou predominantemente pela independência.<BR/><BR/>Caminho para a independência<BR/><BR/>Em 1998, Robinson foi finalmente capaz de viajar para um país de que pouco tinha visto, mas a que iria em breve dedicar o seu tempo e o seu trabalho.<BR/><BR/>Naquele verão, tudo parecia possível. O primeiro-ministro da Indonésia tinha saído e Robinson disse que os direitos humanos e a democracia em Timor-Leste pareciam atingíveis.<BR/><BR/>Mas quando ele regressou no verão de 1999 como parte da ONU para ajudar a fiscalizar a estabilidade do país a tempo para um referendo à independência, as coisas estavam diferentes.<BR/><BR/>"Tinha muita esperança e optimismo que as coisas tinham finalmente mudado. Mas enquanto o verão prosseguia, ... enquanto se preparava o referendo, era claro que as coisas não tinham mudado muito," Robinson disse.<BR/><BR/>Disse que via os militares em qualquer lado que fosse. Para eles, Timor-Leste era ainda uma parte da Indonésia, e quaisquer meios, incluindo a violência, para deter as pessoas de votarem pela independência seriam tomados, disse.<BR/><BR/>Com 30,000 Indonésios a policiarem os 750,000 civis Timorenses, disse Robinson a presença militar parecia insuperável.<BR/><BR/>"Havia uma séria presença militar a qualquer lado que se fosse," disse Robinson.<BR/><BR/>No seu trabalho com a ONU, falava com 50 a 60 pessoas por dia e ouvia cada uma das suas histórias, para juntar testemunhos e registos de pessoas à volta do país e as suas experiências com o governo militar.<BR/><BR/>"Tentávamos apanhar o sentido do que acontecia na realidade no terreno," disse Robinson.<BR/><BR/>Portanto as pessoas escreviam. Viajavam de longas distâncias, por uma oportunidade de contar aos trabalhadores da ONU as suas histórias.<BR/><BR/>Mas para Robinson, os eventos mais impressionantes aconteceram mais tarde, quando a data do referendo se aproximava.<BR/><BR/>Antes do referendo, Robinson tinha recebido um telefonema duma família que disse que o filho tinha sido morto nesse dia, perguntando se alguém da ONU poderia transportar a família para um hospital militar.<BR/><BR/>Robinson decidiu ajudar a família a recolher o corpo do filho.<BR/><BR/>"Pensei para mim próprio, bem, não podemos deixar a família sem recolher o corpo do filho. Talvez que só por estar lá isso possa ajudar," disse Robinson.<BR/><BR/>E quando carregavam o corpo para a caixa de uma pick-up truck, começou a perguntar-se o que teria acontecido se a ONU não estivesse lá.<BR/><BR/>"Simplesmente parecia uma coisa escandalosa perderem o filho de 18 anos desta maneira," disse Robinson.<BR/><BR/>Reconstruindo a história<BR/><BR/>A comissão começou a reconstruir a história antes da violência ter acabado.<BR/><BR/>Quase 80 por cento votou pela independência em 1 de Setembro, 1999, mas nas duas semanas após o referendo, a violência pareceu estar no seu pior.<BR/><BR/>Setenta e cinco por cento dos edifícios foram queimados, perto de 1,500 pessoas foram mortas, e mulheres foram violadas, disse Robinson.<BR/><BR/>Metade da população tornou-se refugiada.<BR/><BR/>Quando Robinson partiu do país, levou os registos que tinha reunido.<BR/><BR/>Nos três ou quatro anos após o referendo, uma comissão da verdade juntou informação acerca dos Timorenses e dos crimes cometidos contra eles e as suas famílias.<BR/><BR/>Os registos da comissão e de outros trabalhadores da ONU foram compilados na sala em Dili.<BR/><BR/>"(Mas) só há uma cópia de tudo," disse Robinson.<BR/><BR/>"Há o perigo que possa perder-se."<BR/><BR/>Robinson disse que o projecto de preservação vem anos depois do conflito, dado que as condições em Timor-Leste eram incrivelmente pobres depois do referendo.<BR/><BR/>Não havia electricidade, água ou telefone, e em média o rendimento é ainda de $1 por dia, disse Robinson.<BR/><BR/>"Ter cópias digitais de coisas é um luxo inconcebível," disse Robinson.<BR/><BR/>Os problemas políticos re-emergiram em meses recentes.<BR/><BR/>"Timor-Leste explodiu num novo ciclo de violência (este Abril e Maio)," disse Robinson. "Foi uma espécie de lembrança de como as coisas podem ser vulneráveis."<BR/><BR/>Awet Weldemichael, um estudante graduado em história, disse que a situação de segurança agora é tão frágil quanto estava quando a violência irrompeu este Abril e Maio como resultado de o então primeiro-ministro ter demitido metade dos militares do país.<BR/><BR/>"Alguns dos antigos soldados que deixaram as suas bases não estão desarmados a 100 por cento e há milhares de pessoas deslocadas," disse Weldemichael. Recentemente, um edifício a 10 metros de distância dos arquivos foram pilhados por gangs.<BR/><BR/>Robinson receia que os que cometeram crimes contra os Timorenses não sejam julgados pelas suas acções.<BR/><BR/>"Sinto que Timor-Leste como sociedade é uma a quem devemos uma grande dívida. A única coisa que e mantém que não foi paga é a promessa que esses responsáveis pela violência terrível serão trazidos à justiça," disse Robinson.Anonymousnoreply@blogger.com