quinta-feira, agosto 14, 2008

Autópsias revelam que autores dos atentados terão sido executados

Jornal Digital
2008-08-13 11:21:17

Díli - As autópsias aos corpos dos autores do atentado de 11 de Fevereiro contra José Ramos Horta apontam para uma execução à queima-roupa e na nuca, local que teria sido muito difícil de alcançar num tiroteio.

De acordo com o jornal «The Australian», as autópsias ao Major Alfredo Reinado e ao soldado Leopoldino, revelam que os tiros foram disparados a menos de 30 centímetros, uma vez que as feridas no corpo de Reinado apresentam hematomas profundos.Segundo os médicos australianos que praticaram a autópsia, é impossível que as marcas de bala no cadáver de Reinado tenham sido causadas por disparos de soldados a mais de dez metros de distância, como afirma a versão oficial.Estes resultados vêm colocar de lado a teoria de os rebeldes terem sido mortos pelas forças de segurança do Presidente Ramos Horta, aquando da tentativa de assassinato.

Caso se confirme, o assassinato do líder rebelde pode gerar novas tensões no Timor-Leste, que desde que obteve a independência, em 2002, luta para conseguir estabilidade política, que lhe permita concentrar-se no desenvolvimento económico.

Citado pela Rádio Renascença, Mário Carrascalão, líder do PSD-Timorense, não se surpreende com a notícia, pois na sua opinião esta história teve sempre contornos anormais. «Aceito isso com normalidade. Para mim este caso do Major reinado é muito estranho. Não é surpresa para mim ter havido este elemento novo e que venha a haver no futuro outros», afirmou sublinhando que há muitos timorenses que não acreditam que Reinado tentasse assassinar Ramos Horta.

Os factos ainda estão a ser investigados pela Procuradoria Geral do Timor-Leste e por um comité especial das Nações Unidas.

(c) PNN Portuguese News Network

Autópsia a Alfredo Reinado indicia execução na casa do Presidente de Timor-Leste

2008-08-13 16:01:00
Público

Segundo as conclusões do patologista forense que conduziu as autópsias, Muhammad Nurul Islam, citado pelo jornal, Reinado e Exposto foram mortos "a curta distância" com uma arma de alta velocidade.

A versão até agora pública era que Alfredo Reinado, um major de 42 anos com formação na Austrália, que liderava um motim há um ano, e Leopoldino Exposto tinham sido apanhados desprevenidos quando entravam no recinto da residência de Ramos-Horta, a 11 de Fevereiro, e tinham sido mortos por um guarda a uma distância de pelo menos dez a quinze metros.

Mas agora veio saber-se que Exposto foi morto com um tiro no centro da nuca disparado de "muito próximo", o que é típico de uma morte por execução, e que os quatro orifícios de bala no corpo de Reinado apresentavam em seu redor queimaduras e um escurecimento significativo.

Novas dúvidas sobre o que aconteceu

"The Australian" cita ainda um especialista australiano do Instituto de Medicina Forense do estado de Vitória que diz ser consensual e muito claro nesta especialidade que "queimado e escurecimento são característicos de tiros a muito curta distância, provavelmente a menos de um pé [cerca de 30 cm]".

A 11 de Fevereiro, o Presidente de Timor-Leste foi atingido por vários tiros quando regressava a casa após a sua corrida matinal, e um dos seus guardas foi morto. Ficou num coma prolongado e esteve às portas da morte em Darwin, Austrália, onde foi tratado.

No mesmo dia e quase à mesma hora, o primeiro-ministro e ex-Presidente, Xanana Gusmão, saiu ileso de um atentado à coluna de veículos que o transporta de casa para o seu gabinete.

"The Australian" diz que estes dados das autópsias permitem concluir que os acontecimentos no recinto da residência presidencial não são tão claros como tinham sido descritos até aqui e que é de admitir que Reinado e Exposto possam ter sido atraídos para uma armadilha ou ter sido feitos prisioneiros antes de serem executados.

"Jornal da Republica" online

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