quinta-feira, agosto 14, 2008

Autópsia a Alfredo Reinado indicia execução na casa do Presidente de Timor-Leste

2008-08-13 16:01:00
Público

Segundo as conclusões do patologista forense que conduziu as autópsias, Muhammad Nurul Islam, citado pelo jornal, Reinado e Exposto foram mortos "a curta distância" com uma arma de alta velocidade.

A versão até agora pública era que Alfredo Reinado, um major de 42 anos com formação na Austrália, que liderava um motim há um ano, e Leopoldino Exposto tinham sido apanhados desprevenidos quando entravam no recinto da residência de Ramos-Horta, a 11 de Fevereiro, e tinham sido mortos por um guarda a uma distância de pelo menos dez a quinze metros.

Mas agora veio saber-se que Exposto foi morto com um tiro no centro da nuca disparado de "muito próximo", o que é típico de uma morte por execução, e que os quatro orifícios de bala no corpo de Reinado apresentavam em seu redor queimaduras e um escurecimento significativo.

Novas dúvidas sobre o que aconteceu

"The Australian" cita ainda um especialista australiano do Instituto de Medicina Forense do estado de Vitória que diz ser consensual e muito claro nesta especialidade que "queimado e escurecimento são característicos de tiros a muito curta distância, provavelmente a menos de um pé [cerca de 30 cm]".

A 11 de Fevereiro, o Presidente de Timor-Leste foi atingido por vários tiros quando regressava a casa após a sua corrida matinal, e um dos seus guardas foi morto. Ficou num coma prolongado e esteve às portas da morte em Darwin, Austrália, onde foi tratado.

No mesmo dia e quase à mesma hora, o primeiro-ministro e ex-Presidente, Xanana Gusmão, saiu ileso de um atentado à coluna de veículos que o transporta de casa para o seu gabinete.

"The Australian" diz que estes dados das autópsias permitem concluir que os acontecimentos no recinto da residência presidencial não são tão claros como tinham sido descritos até aqui e que é de admitir que Reinado e Exposto possam ter sido atraídos para uma armadilha ou ter sido feitos prisioneiros antes de serem executados.

1 comentário:

  1. engraçado como só agora vêm os outros falar de coisas estranhas, de que os acontecimentos afinal "não são tão claros", e como as autoridades timorenses responsáveis pelas investigações se mantenham e mantenham a justiça ainda na obscuridão de factos e conclusões.... haverá ainda muito a desvendar neste estranho caso, que só é estranho a quem não quiser ver, mas pode ser que em 20anos possamos ver claramente à luz do dia os ditos acontecimentos

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