Díli, 07 Mai (Lusa) - Os restos mortais de duas pessoas foram exumados terça-feira e hoje junto ao aeroporto de Díli por especialistas da Unidade de Crimes Graves (SCU) da Missão Integrada das Nações Unidas em Timor-Leste (UNMIT).
As investigações em torno das ossadas "está numa fase muito inicial", afirmou à Agência Lusa um dos especialistas forenses envolvidos na exumação.
"Nesta altura ainda não sabemos nada sobre a identidade, o sexo, a proveniência dos cadáveres ou sobre as circunstâncias em que morreram ou foram mortos, nem quando", acrescentou o especialista, que pediu o anonimato.
A exumação permitiu recuperar até agora um crânio e vários ossos, com restos de vestuário e calçado. A um dos corpos falta o tronco. Num dos braços desenterrados, há uma espécie de algema de plástico em torno do pulso, contou à Lusa outro elemento envolvido na exumação.
Segundo fonte policial, os restos mortais foram descobertos "por um casal estrangeiro" no pequeno declive que existe entre o aeroporto de Díli e a estreita praia existente na ponta oeste da pista de aterragem.
O casal alertou o Centro Nacional de Operações (NOC, na sigla inglesa), cuja unidade forense decidiu recorrer aos especialistas da SCU para exumar os restos mortais.
O local onde apareceram as duas ossadas é batido pela maré-alta e está sujeito à erosão do mar. Os médicos e antropólogos forenses envolvidos ainda não sabem, por isso, em que condições os corpos foram enterrados, "porque a configuração do solo pode ter sido alterada pelas ondas ou pelas obras do aeroporto".
O mandato da SCU da UNMIT abrange a investigação relacionada com crimes cometidos em 1999, antes e depois do referendo pela independência.
Se se apurar que os restos agora descobertos são relativos a 1999, a SCU prosseguirá a investigação do caso. Se os corpos tiverem sido enterrados antes ou depois de 1999, o caso cai fora do mandato da SCU e será seguido pela Direcção de Investigação Nacional (NID).
Pelo menos 205 mil pessoas, segundo cálculos de vários especialistas, foram mortas durante os 24 anos de ocupação de Timor-Leste pela Indonésia, entre 1975 e 1999.
A violência no ano do referendo custou um número indeterminado de vítimas, provocadas pelas milícias pró-indonésias.
Timor-Leste, em particular a capital, voltou a ser palco de acontecimentos sangrentos em Abril e Maio de 2006, que provocaram cerca de 30 mortos.
PRM.
Lusa/fim
"....há uma espécie de algema de plástico em torno do pulso, contou à Lusa outro elemento envolvido na exumação."
ResponderEliminarUma simples observacao. Os Indonesios, por quem fui prezo nunca uzavam "algemas" ou qualquer coisa tipica a isto. Uzavam fios electricos, arames e cordas de plastico, etc. tudo que era menos barato e nao identificavel. Mas quem uzou algemas de plastico pela primeira vez que eu vi em Timor foram as forcas da INTERFET (Australians) e ainda usam as muito. Vamos ver quando os cadaveres foram enterrados. nao esquecaremos que em 1999 e 2000 foram acusados as forcas especiais dos australianos de maltratos contra milicias que eles prederam. Nao esquecemos patmbem que em 2006 houve acuzacoes contra os asutralianos de terem matado e trasnportado Timorense da Praia dos Coqueiros a sitios nao identificados, Vamos ver.