terça-feira, abril 01, 2008

Gastão Salsinha está a "esgotar paciência" ao Governo

Rádio Renascença
01-04-2008 8:18

O impasse na rendição de Gastão Salsinha, implicado nos atentados ao Presidente e Primeiro-ministro timorenses, está a provocar inquietação em Díli.

O ministro timorense dos Negócios Estrangeiros, Zacarias da Costa, diz que o revoltoso tem manifestado vontade de se render, mas coloca várias condições e até agora nada aconteceu.

O objectivo do Governo é que o fugitivo se entregue sem ser disparada uma bala, mas a acção armada começa a ser ponderada.

“Estamos a tentar pela via do diálogo, mas estamos também prontos para intervir se for preciso e tentar uma acção mais violenta”, garante o chefe da diplomacia de Timor.

O impasse está a esgotar a paciência da comunidade internacional – isso mesmo foi deixado claro na Conferência de Doadores do passado fim-de-semana.

A insegurança criada no país pelo facto de os responsáveis pelos atentados de 11 de Fevereiro ainda estarem a monte não permite avançar para projectos prioritários para o desenvolvimento de Timor-Leste.

Zacarias da Costa concorda e admite que a paciência do Governo também está a esgotar-se.

“Colocámos a questão da segurança e estabilidade como prioridade para podermos arrancar com outros projectos de desenvolvimento e sabemos que, sem segurança, poucas empresas quererão investir no país”, afirma.

Certo é que há prioridades que continuam dependentes da rendição de Salsinha (e restante grupo) e do levantamento do estado de emergência no país, em vigor há quase dois meses.

“Ele quer entregar-se através da Igreja Católica, mas também diz que prefere esperar pelo Presidente. Nós não sabemos exactamente o que ele quer, mas já estamos à espera que se entregue há várias semanas”, confessa o ministro.

O Presidente do Parlamento timorense, Lassama Araújo, disse ontem à Renascença que qualquer ajuda dada a Gastão Salsinha passará a ser considerada "acto criminal".

MG/Anabela Góis

Som: A jornalista Anabela Góis com Zacarias da Costa

2 comentários:

  1. A anedota é tão desmesuradamente grande que dispensa comentários.

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  2. O "acto criminal" é retroactivo?

    Se o for, muitos dos governantes de hoje devem figurar entre os primeiros na listagem.

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