Díli, 20 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse hoje que o Governo vai propor o prolongamento do estado de sítio decretado a 11 de Fevereiro, na sequência dos ataques contra o presidente e o chefe do Governo.
Numa declaração aos jornalistas após um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Dermot Ahern, que hoje esteve na capital timorense, Xanana Gusmão, afirmou que o momento que se vive actualmente no país "exige ponderação e firmeza".
"A fase em que estamos exige de nós, o Estado, ponderação e firmeza porque não sendo assim isso não é política, isto é acção e por isso não posso estar a falar de estratégias nem tácticas", referiu.
Xanana Gusmão explicou que o seu Executivo vai propor o prolongamento do estado de sítio até que os "objectivos sejam alcançados", mas escusou-se a especificar mais detalhes ao aceitar apenas duas questões da imprensa, uma em português e outra em tétum, sem tradução.
O estado de sítio, que inclui o recolher obrigatório entre as 20:00 e as 06:00, foi decretado inicialmente por 48 horas, na sequência dos ataques contra o Presidente da República, José Ramos-Horta, que ficou gravemente ferido, e Xanana Gusmão, que escapou ileso.
Posteriormente, o estado de sítio foi prolongado por mais dez dias, até 23 de Fevereiro.
Por sua vez, Dermot Ahren, disse que o Governo timorense aceitou a proposta irlandesa de receber Nuala O'Loan, especialista em situações de conflito com trabalho realizado na Irlanda do Norte e que se deslocará a Timor-Leste para trabalhar em propostas de resolução dos problemas do país, tendo em conta as opiniões e posições de todas as partes.
O chefe da diplomacia da Irlanda esclareceu que a proposta do seu Governo estava a ser estudada há várias semanas, assim como a sua visita também tinha sido combinada antes dos ataques de 11 de Fevereiro a Ramos-Horta e Xanana Gusmão.
"Queremos partilhar a nossa experiência na resolução de conflitos e na construção de parcerias", referiu Dermot Ahern ao acrescentar que o trabalho dos especialistas do seu país será coordenado por uma ambaixadora itenerante, Nuala O'Loan, e será desenvolvido por um grupo de trabalho da Unidade de Resolução de Conflitos.
Dermot Ahren defendeu também que a experiência adquirida no seu país e agora em Timor-Leste poderá vir a ser aplicada noutras zonas de conflito, uma missão que a Irlanda quer assumir no contexto internacional da promoção da estabilidade.
Além de Xanana Gusmão, o ministro irlandês tem encontros agendados em Díli com Fernando "La Sama" de Araújo, o presidente da República em exercício, e com Mari Alkatiri, o líder da Fretilin e ex-primeiro-ministro.
Dermot Ahern vai ainda visitar projectos fundados pela ajuda irlandesa, que já investiu mais de 20 milhões de euros em Timor-Leste entre 2003 e 2007.
JCS/PRM.
Lusa/fim
Ao prolongar o estado de sítio,significa que temos um governo ou um estado que tem medo do seu próprio povo.O sr.gusmão sente-se inseguro,medo e está cada vez mais longe do seu próprio povo.Dantes o povo gritava o seu nome e adorava-o,mas agora o povo sabe da verdade sobre o homem que sempre foi ídolo do povo.Se continuar a ter medo do seu próprio povo,a solução é pega na sua família e vai-se embora ou enfretará a justiça e será humilado pelo seu próprio povo.
ResponderEliminarPovo maubere
"Xanana Gusmão explicou que o seu Executivo vai propor o prolongamento do estado de sítio até que os "objectivos sejam alcançados""
ResponderEliminarRecordemos uma entrevista de Salsinha a Adelino Gomes, em 8-6-2006:
"AG - Está optimista à resolução do problema [peticionários]?
S - Estou. Tenho certeza de que pode ser resolvido. Mas penso que só através do Presidente da República [Xanana].
AG - Também defende que o primeiro ministro [Alkatiri] deve ser demitido?
S - Seria melhor ele demitir-se para alguém ir, por ele, resolver o problema.
AG - Quanto tempo dá a Xanana para isso?
S - Está nas medidas de emergência: 30 dias.