Atentados contra Presidente e primeiro-ministro
11.02.2008 - 11h53 PÚBLICO
Pedro Bacelar de Vasconcelos, antigo conselheiro da ONU junto da presidência timorense, afirma que “a facilidade com que Reinado e os seus homens chegaram à casa do Presidente” de Timor-Leste “indiciam uma grande incompetência e a inutilidade do aparato militar internacional”.
Este professor de Direito Público, ex-governador civil de Braga, fez esta afirmação num depoimento escrito enviado ao PÚBLICO, ressalvando que “há muitos factos que carecem de esclarecimento” relativamente aos dois atentados, em que o Presidente da República, José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz em 1996, foi ferido no estômago, na sua residência, tendo ficado em estado crítico. O primeiro-ministro, Xanana Gusmão (ele próprio ex-presidente de Timor), escapou ileso da emboscada à sua coluna de veículos.
Lembra contudo que foram elementos das F-DTL (Forças de Defesa de Timor-Leste) “que defenderam Ramos-Horta e foi a GNR – a quem Ramos-Horta terá ele próprio telefonado, segundo foi noticiado – quem salvou o presidente, indo a sua casa e procedendo ao seu transporte, através do INEM, para o hospital [de campanha do contingente australiano]. Também “foi a GNR quem colocou a família do primeiro-ministro a salvo”.
Bacelar de Vasconcelos diz ainda que os atentados contra o Presidente José Ramos-Horta e contra o primeiro-ministro Xanana Gusmão “demonstram a insensatez da posição da Fretilin em não reconhecer a legitimidade e em persistir em declarar a inconstitucionalidade do Governo timorense”.
Considera no entanto “reconfortantes” as “declarações de repúdio proferidas por Mari Alkatiri [secretário-geral da Fretilin e antigo primeiro ministro] e por Lu-Olo [presidente da Fretilin e antigo presidente do Parlamento Nacional]” face aos atentados de hoje, porque “mostram que há uma fronteira entre democracia e instituições do Estado, por um lado, e a acção de um grupo de rebeldes insensatos e criminosos”.
“Só a psicologia poderá explicar este acto de loucura por parte de Reinado e (embora sem confirmação), de Salsinha os quais, ao longo deste processo, que se iniciou ainda durante o Governo da Fretilin, têm sido tratados com infinita paciência”, diz Bacelar de Vasconcelos.
"a facilidade com que Reinado e os seus homens chegaram à casa do Presidente” de Timor-Leste “indiciam uma grande incompetência e a inutilidade do aparato militar internacional"
ResponderEliminarIsto estamos nós fartos de dizer há muito tempo neste e noutros blogues (e não só).
Vai-se fazendo luz em certas cabeças... é pena é ser preciso haver mortes para que isso aconteça.
Que diz a isto o comandante de brigada australiano?
O PM OZ já disse que vai aumentar o efectivo em Timor-Leste. Mais do mesmo para quê?
Aussies, go home!