Díli, 16 Fev (Lusa) - O brigadeiro-general Taur Matan Ruak, chefe do Estado-Maior-general das Forças Armadas timorenses, confirmou hoje a realização de uma operação de "caça ao homem" perto de Díli e apelou aos políticos "para não se preocuparem com assuntos mesquinhos partidários".
Taur Matan Ruak anunciou que as Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) efectuaram quinta-feira uma operação, denominada "Limpeza", de captura do grupo agora liderado pelo ex-tenente Gastão Salsinha, tal como a Agência Lusa noticiou sexta-feira.
"Foi a primeira vez que o Estado timorense autorizou uma operação autónoma das F-FDTL", explicou o brigadeiro-general Ruak.
Um duplo ataque aconteceu segunda-feira à residência do presidente timorense, José Ramos-Horta, a leste de Díli, sob a liderança do major Alfredo Reinado, e, um pouco mais tarde, a sul da capital, à coluna onde seguia o primeiro-ministro, Xanana Gusmão, por um grupo chefiado pelo ex-tenente Gastão Salsinha.
No primeiro ataque, em que o chefe de Estado ficou gravemente ferido, foi morto Alfredo Reinado e um dos seus homens, mas o resto do grupo pôs-se em fuga "nessa mesma noite para Dare", nas montanhas a sul de Díli, afirmou o brigadeiro-general.
Segundo Taur Matan Ruak, as F-FDTL lançaram a operação de busca na área de Meti-hau e Becora mas não conseguiram capturar ninguém porque não tinham mandados de busca que permitissem aos militares entrar dentro das casas.
"Vamos pedir mandados para entrar dentro e em redor das casas", afirmou hoje o brigadeiro-general Ruak numa conferência de imprensa realizada na Base Naval de Hera, a leste de Díli.
"Alguma coisa não está bem", acrescentou o brigadeiro-general Ruak sobre o apoio da população ao grupo que é agora chefiado pelo líder dos peticionários das Forças Armadas, o ex-tenente Gastão Salsinha.
"Não prometo apanhar Salsinha, o que estamos a fazer é aplicar um mandado do Ministério Público", explicou o brigadeiro-general Ruak.
"Não lhes peço para se renderem, mas para encontrarem uma solução pacífica para esta situação", respondeu ainda o brigadeiro-general Taur Matan Ruak perante a insistência dos jornalistas sobre as regras operacionais das F-FDTL nas buscas dos suspeitos.
O CEMGFA timorense deixou três apelos, aos políticos, aos jovens e à população.
Aos políticos, pediu que "não se preocupassem com assuntos mesquinhos partidários" e "para se unirem em torno dos grandes interesses nacionais, a democracia e a liberdade" por que os timorenses lutaram "tanto tempo".
Aos jovens, "que podem comprometer o futuro do país", Taur matan Ruak pediu que não seguissem figuras que põem em causa a paz e a estabilidade do país.
À população, o CEMGFA avisou que a cobertura do grupo de gastão Salsinha "não conduzirá a nada e põe em risco a sua segurança".
"Não é bom fazerem isso. Só contribuem para o agravamento da situação", alertou o militar.
Taur Matan Ruak dirigiu-se também aos peticionários: "Não hesitem, decidam, o Estado está aberto a uma solução".
Ao grupo de Gastão Salsinha, o brigadeiro-general pediu que "reflicta sobre toda a situação e ganhe coragem" para se entregar.
PRM/JCS
Lusa/fim
TMR continua a ser o GRANDE TIMORENSE que sempre foi. É corajoso e não se vende a ninguém. É um dos grandes valores de Timor-Leste. Espero que os políticos ouçam os seus apelos e sigam o seu exemplo.
ResponderEliminarHoje vi na TV a vergonha da UNPOL a receber Reinado e seus apaniguados numa esquadra da polícia, com honras de VIP. Isto no ano passado, e havendo um mandado de captura sobre esses homens.
É para isto que a comunidade internacional anda a pagar uma fortuna diariamente?
Eu já disse aqui uma vez que se em vez desta palhaçada toda das ISF e da UNPOL tivessem deixado as FFDTL fazer o seu trabalho logo em 2006, estas já tinham tratado do assunto.
será que xanana perdeu confiança nas forças australianas? ou mais uma manobra?
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