quarta-feira, janeiro 23, 2008

Itália vai aumentar ajuda ao Timor Leste, diz Ramos Horta

22-01-2008 21:19:47


Lisboa, 22 Jan (Lusa) - A Itália vai ajudar o Timor Leste a se tornar "auto-suficiente" em termos agrícolas, disse à Agência Lusa o presidente timorense, José Ramos Horta, indicando que Roma vai aumentar "significativamente" o auxílio a Díli.

Por telefone, Ramos Horta fez um balanço da visita oficial de dois dias à Itália, em que foi recebido, entre outras personalidades políticas, pelo presidente de República, Giorgio Napolitano, e pelo primeiro-ministro italiano, Romano Prodi.

Segundo o governante timorense, o chefe do Executivo italiano garantiu que Roma vai reforçar "significativamente" a sua ajuda ao país asiático, tanto no domínio agrícola como no da segurança alimentar, para que o país possa assegurar a "auto-suficiência".

O governante seguiu nesta terça-feira para a Suíça, em uma estada particular. Em seguida, Ramos Horta parte para o Brasil, onde inicia no próximo dia 26 uma visita oficial.

Ajuda

A cooperação de Roma, que definiu com "até hoje modesta", também vai beneficiar a área política timorense. Outra ajuda importante virá da prefeitura de Milão, após a prefeita Letizia Moratti afirmar que vai auxiliar o desenvolvimento agrícola no país asiático.

Como contrapartida, o Timor Leste dará todo o apoio à candidatura de Milão à exposição universal programada para 2013, cuja decisão final será conhecida em março.

Na área cultural, a prefeitura de Milão garantiu a oferta de uma unidade móvel de cinema, projeto idealizado pelo próprio chefe de Estado timorense, o que permitirá levar o cinema às aldeias remotas do Timor Leste.

"Trata-se de um projeto meu, a que chamei Cinema Paradiso", disse, lembrando a importância que o filme homônimo teve na sua vida. "Fez-me lembrar a minha infância no Timor", afirmou.

Vaticano

Outro resultado prático da viagem de Ramos Horta à Itália foi a visita ao Vaticano, onde foi recebido pelo papa Bento 16. Na audiência ficou acertada a criação, ainda este ano, de uma terceira diocese no país, que se juntará às de Díli e de Baucau.

"Informei sua santidade sobre a situação no Timor Leste e o papa Bento 16 ficou bastante agradado pelo fato desta ter melhorado e encorajou o Timor Leste a continuar o processo de diálogo e reconciliação nacional", disse Ramos Horta à Agência Lusa na segunda-feira.

Depois da audiência papal, o presidente timorense se reuniu com o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, que informou o presidente timorense da intenção da Santa Sé de abrir em Díli uma representação permanente.

Em relação à criação da terceira diocese no país, condição imprescindível para a constituição de uma Conferência Episcopal, Ramos Horta disse à Lusa que só falta o Vaticano escolher o futuro bispo.

A criação da terceira diocese, que segundo Ramos Horta "provavelmente deverá ficar no Suai", no sul do país, depende do avanço da nova divisão administrativa do país.

1 comentário:

  1. Cooperação de Roma "até hoje modesta"?

    A ajuda italiana a Timor só não é maior por culpa do próprio Ramos Horta.

    Quando este era MNE, tomou conhecimento de que tinha sido criada uma associação de amizade Itália-Timor em Turim, que integrou vários empresários locais interessados em investir em Timor-Leste. Inclusive, um dos membros fundadores dessa associação ofereceu-se para desempenhar as funções de cônsul timorense em Turim, graciosamente. Isto é, sem receber um centavo.

    Qual foi a resposta que receberam todas estas pessoas? Primeiro, as habituais palavras de circunstância e promessas de grandes projectos. Depois, silêncio absoluto. Nada se concretizou.

    SEXA devia pensar melhor antes de dizer certas barbaridades e talvez pedir desculpa por ter ignorado tantos italianos que estavam interessados em ajudar Timor.

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