Cabo Verde: País "é principal parceiro da cooperação portuguesa" - João Gomes Cravinho
2008-01-21 20:33:56
Cidade da Praia, 21 Jan (Lusa) - Cabo Verde é o principal parceiro da cooperação portuguesa, que representa "um volume considerável" de dinheiro, sem contar com a colaboração em termos de recursos humanos, disso hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros, João Cravinho.
No primeiro dia de uma visita Cabo Verde, o secretário de Estado português lembrou que na quarta-feira será assinado o programa de cooperação para os próximos quatro anos, de 70 milhões de euros, e que foi recentemente acordado outro financiamento por parte do Ministério das Finanças que ascende a 140 milhões de euros.
A isto acrescenta-se o apoio a nível de pequenos projectos e o apoio técnico dado por Portugal, pelo que, reconheceu o responsável, "é difícil fazer a contabilização de tudo" mas que, quando se fazem contas, "fazem-se sempre pelo mínimo".
A ministra das Finanças de Cabo Verde, Cristina Duarte, assina em Lisboa, no próximo dia 31, um acordo de cooperação técnica entre os dois ministérios das Finanças, segundo o qual Portugal vai dar assistência técnica a todas as direcções-gerais deste ministério cabo-verdiano, estando envolvida uma verba de cerca de dois milhões de euros.
"Nos últimos dois anos a cooperação entre os dois ministérios tem sido muito significativa", disse Cristina Duarte hoje, depois de um encontro com João Cravinho.
Ao nível dos pequenos projectos, João Cravinho presidiu hoje também à cerimónia de entrega de cinco bibliotecas a outros tantos municípios de Cabo Verde, num total de 2.000 livros.
Serão beneficiadas, disse à Lusa o adido cultural da embaixada de Portugal na Cidade da Praia, João Neves, as câmaras de Santa Catarina (Santiago) e do Tarrafal e Ribeira Brava (S. Nicolau), e ainda as escolas de Praia Baixo e Santa Cruz (Santiago).
Paralelamente serão distribuídos centenas de livros escolares, resultado de uma recolha feita pelos alunos do Colégio Militar, em Lisboa.
"Entre o muito que nos une a língua portuguesa está em primeiro lugar", frisou o secretário de Estado português, afirmando que se sente gratificado por saber que, "com este pequeno gesto", milhares de páginas escritas em português serão lidas por jovens e adultos do interior de Cabo Verde.
As cinco bibliotecas contêm livros didácticos, como dicionários, mas também literatura estrangeira traduzida, livros juvenis (Harry Potter, por exemplo), livros infantis e também livros de escritores portugueses.
Já na tarde de hoje João Cravinho se tinha comprometido com a ministra da Educação, Filomena Martins, a apoiar Cabo Verde no ensino do português nas escolas primárias e na revisão curricular a nível do ensino universitário.
FP.
NOTA DE RODAPÉ:
Até há bem pouco tempo, o Secretário de Estado João Cravinho dizia o mesmo de Timor-Leste.
Finalmente assume o afastamento e o desinteresse por Timor-Leste...
Pois... Descontando o discurso político de ocasião, se isto for mesmo verdade (é só consultar as estatísticas da cooperação portuguesa...), a diminuição da cooperação com Timor é culpa de quem? De Portugal? Huummm!... "Cherchez la femme..." noutro local...
ResponderEliminarEsta evolução é fruto de um verdadeiro "fartanço" em que os governos estão de verem o dinheiro dos seus contribuintes (a quem têm de prestar contas, lembram-se?!...) mais ou menos mal-baratado por um governo e um PR cuja interpretação do que é o "rule of law" faz arrepiar os cabelos até a um careca!...
Claro que o povo timorense não tem culpa nenhuma mas a verdade é que também não adianta muito estar a despejar milhões e milhões de euros num país em que os benefícios desses euros não chegam, na esmagadora maioria dos casos, a esse mesmo povo. Você, Malai Azul, que conhece as estradas de Timor Leste melhor que quase todos os governantes do país, sabe que isto é verdade... Infelizmente.
E esperem pela pancada: outros países se seguirão... Ó larilólelas!...
Isto que diz o colega Anónimo é bem verdade. Até há pouco tempo, o Ministério NE português dizia que Timor-Leste era o principal destino da cooperação portuguesa.
ResponderEliminarMas fazendo fé nestas palavras de JG Cravinho, quer dizer que já não é. Tiremos então as necessárias ilações.
Por outro lado, também é verdade que o maior ou menor êxito da cooperação internacional depende sobretudo da atitude dos responsáveis locais.
Portanto, se Cabo Verde é hoje um país próspero, pacífico, democrático e com qualidade de vida capaz de fazer inveja a qualquer país africano, apesar de não ter petróleo, deve-se à grande determinação do seu povo, muito trabalhador e lutador, e sobretudo à sabedoria dos seus responsáveis políticos, que têm sabido conduzir o país pelo bom caminho.
Que isto seja uma lição para os políticos timorenses, que preferem continuar a alimentar ódios estéreis e a olhar para os seus interesses pessoais, em vez de trabalharem para melhorar as condições de vida do povo.
Se os timorenses não têm culpa, porque não há-de a Cooperação Portuguesa continuar?? Quem mandou aos portugueses ir aportar à ilha?Quem mandou aos portugueses colonizá-los? Quem mandou aos portugueses abandoná-los ao martírio que todos sabemos? Então,será que Portugal não tem a obrigação de continuar a cooperar com Timor?? Será que querem ver de novo aquele povo a ser espezinhado? Ou será que não há gente que queira trabalhar na Cooperação?! Não me parece! Os políticos quando querem tudo conseguem!Por isso Dr. Cravinho, faça o favor de fazer felizes os cooperantes e os timorenses, ok?
ResponderEliminarFítun Taci