In Blog Timor Lorosae Nação – Sábado, 1 de Setembro de 2007
Líderes históricos dividem para "fantochar"
Malae Belu
O dia 30 de Agosto devia ter sido um dia grande para Timor-Leste, um dia de comemoração absolutamente alegre, sem sombras de tristezas, mas, em vez disso, mais que isso, foi um dia que nos recordou, uma vez mais, a força e determinação de um povo que há oito anos estava unido por um objectivo de interesse nacional e comum mas que presentemente está divido por objectivos politico-partidários e pessoais.
Quem nos divide são os líderes que há pouco mais de um ano assaltaram o Poder em nome da democracia, da liberdade, do desenvolvimento, do progresso e contra a alegada ditadura de um partido que estava no Poder com toda a legitimidade democrática.
Evidentemente que esses líderes oponentes ao Governo de então, da Fretilin, poderiam ter escolhido a via da contestação e oposição democráticas em vez de partirem para o golpe de estado.
Preferiram não optarem por essa acção porque não colheria os frutos desejados devido à maioria da população considerar que a unidade nacional era o que importava, que o governo da Fretilin devia cumprir o seu mandato e que nas eleições logo se pronunciariam.
Intuitivamente, os timorenses sabiam que deveriam agir assim.
Provavelmente a Fretilin voltaria a ter um bom resultado por votos expressos e tradutores da vontade eleitoral...
Era exactamente isso que importava evitar. Mas também é provável que não acontecesse e então a oposição, se fosse realmente democrática, teria a sua oportunidade.
Para a Igreja, Xanana Gusmão, Ramos Horta, Austrália e para os detentores do controle energético-financeiro, essa alternativa era inconveniente por lhes retirar a margem de manobra que lhes permite controlar o país e, principalmente, os seus bens energéticos no Mar de Timor e em terra.
Com um governo Fretilin eles sabiam que a defesa dos interesses timorenses seriam defendidos o mais possível, como sempre aconteceu.
A Igreja sabia que a Constituição ia acabar por se fazer cumprir e que perderia os cem por cento de privilégios de que beneficia.
Sabia que a separação entre Estado e Igreja, exigida constitucionalmente iria sendo progressivamente cumprida - como deve ser num país que ruma para a democracia.
Xanana Gusmão teria um lugar de reservista da Nação timorense se não voltasse a recandidatar-se à Presidência da República advinhando-se que teria muitas probabilidades de perder as eleições - basta olhar para a magra votação que colheu nas recentes eleições legislativas.
Ramos Horta não concorreria à Presidência da República como o fez para não obstaculizar Xanana e restar-lhe-ia continuar num governo Fretilin ou então fazer a travessia do deserto, formar um partido ou aderir a algum já formado - o que não seria provável.
Ramos Horta teria mesmo de esperar ou ser ministro Fretilin.
No caso de Xanana não ser reeleito - o que seria provável - restava-lhe formar algo parecido com o CNRT ou aceitar ser a "reserva heróico-histórica da Pátria".
Então sim, as coisas seriam claras e democráticas.
O tempo seria o bom conselheiro e obreiro dos que queriam realmente construir um país livre e aberto ao desenvolvimento progressista.
Nem Horta nem Xanana quiseram correr o risco de marcar passo. Não quiseram ver-se na contingência de ter de aguardar quatro anos e trabalhar para conquistarem o direito transparente e legítimo de governarem. Formarem um partido, com tempo, e submeterem-se ao eleitorado.
O que queriam era apoderar-se do Poder e distribui-lo entre eles se possível aniquilando a Fretilin ou qualquer outro partido que se lhes atravessasse no caminho.
O golpe de estado não aconteceu por acaso e a situação que para muitos parecia "embrulhada", confusa, tinha por objectivo possibilitar que a situação seguisse os trâmites que seguiu e apressar a tomada do Poder por uma via aparentemente democrática mas que foi estudada, planificada e executada de acordo com o planeado.
Evidentemente que os procedimentos que conduziram ao sucesso da operação "golpe de estado democrático" não foram da autoria de timorense nenhum porque esses foram simplesmente o executantes.
Este foi um golpe de mestre, do género de tantos outros por esse mundo fora, que resultou e terá elevado preço. Tão elevado que os seus mentores já demonstraram não confiar nos seus executantes timorenses querendo vigiá-los de perto, governando nos bastidores enquanto timorenses se prestam a fazer que governam.
Soube-se que Steve Bracks vai passar a ser o "consultor" de Xanana Gusmão mas outras figuras australianas serão impostas - aparentemente contratadas pelo governo timorense - e manipularão os cordelinhos que possibilitará uma governação australiana com um fantoche timorense julgando-se primeiro-ministro.
Se os timorenses aquiescerem a esta situação terão a sua desejada paz, mas será uma paz podre.
Obviamente que serão registadas algumas melhorias na vida dos timorenses a curto e a médio prazo... mas independente e governado por timorense é que Timor-Leste não será e isso só daqui por uns bons anos será constatado ou até talvez denunciado por algum dos fantoches de agora que se veja preterido pelos novos colonizadores.
Sabes que o futuro de Timor será assim? vamos lá ver, se isso será acontecer? você tem grande visão, mas as vezes pode surgir ao contrário na prática...abraço
ResponderEliminarsabes que o futuro de Timor será assim? vamos lá ver!!
ResponderEliminarSabe que o futuro de Timoe será assim? vamos lá ver!!
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