Blogue Público - Terça-feira, Setembro 18, 2007
Ângela Carrascalão
É um lugar comum dizer-se que o dia devia ter mais horas do que as 24 horas reais sempre que o tempo não é suficiente para se fazer tudo quanto se pretende e eu socorro-me desse argumento para justificar que a minha presença menos frequente neste espaço só tem mesmo a ver com falta de tempo.
Na passada semana fui ao Parlamento assistir à discussão do Programa do IV Governo. Não gostei do que vi. Não apreciei o estilo superior dos deputados da Oposição arvorando o “saber de experiência feito” quando é líquido e transparente que, por mal ou mau saber ou por por mal experimentar se chegou à perda da sua maioria absoluta.
Acho ainda que faltou à Aliança algum arrojo essencial na defesa das suas posições. Por mais audácia não deixaria de parecer ou ser politicamente correcta.
Desnecessária a tomada de posição dos deputados da oposição de não reconhecimento da legitimidade do Governo com a simultânea e activa participação na discussão do Programa desse mesmo Governo. Fica-se com ideia de que essa posição carece de solidez.
Quanto ao arremesso de argumentos irónicos por parte da maioria, diria o diácono Remédios de Herman José que “Não havia nexexidade...”
Era escusado o tom jocoso dos deputados da oposição, tal qual como também se dispensava a constante ironia da bancada da maoria. Tudo pecou pela inoportunidade.
Tenho dúvidas sobre os benefícios de jogos de faz-de-conta. Dir-se-á, porém que, tudo faz parte do jogo político, tudo são manifestações da nossa democracia. Mas, da falta de substância e da ligeireza do debate transparece que temos todos que aprender muito sobre as regras do jogo democrático ao qual não deve faltar o respeito pelo próximo. Ainda que o próximo seja o nosso adversário político!
realmente nao precisava, porque a incompetencia do governo inconstitucional foi demonstrada cada vez que cada um deles falava...
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