Tradução da Margarida:
Sexta-feira, Abril 9, 1999
Massacre põe Timor a viver no fio da navalha
Por Tim Dodd, Jacarta
Ontem Timor-Leste estava tenso no meio de relatos que a milícia leal aos Indonésios estava a preparar para aumentar a sua luta de destruição do processo de paz patrocinado pela ONU e de manter a província sob o controlo de Jacarta.
Um assistente do líder dos Timorenses Católicos Arcebispo Belo, o Sr Ammandeaou, disse que residentes de Liquisa, onde 25 pessoas foram massacradas pelos leais na Terça-feira, estavam a viver no medo e que apenas saiam de casa vestidos de vermelho e branco as cores Indonésias.
Ele disse que acreditava que o grupo da milícia pró-Indonésia Vermelho e Branco, que fez os assassinatos em Liquisa, tinha realizado uma cerimónia de lealdade para as suas tropas em Maliana, a 100 quilómetros de Dili.
A facção dos leais admitiu ontem que morreram 25 pessoas no ataque de Terça-feira a uma igreja onde centenas de Timorenses se abrigavam.
O Arcebispo Belo comparou o incidente com o massacre de Dili de 1991, no qual morreram mais de 50 pessoas, e que foi um evento chave no reaparecimento do interesse internacional por Timor-Leste. As forças armadas Indonésias, a quem testemunhas alegam ter assistidos ao ataque da milícia Vermelhos e Brancos na igreja, ontem mantiveram o sua afirmação de Quarta-feira à noite de que tinham morrido apenas cinco pessoas.
O massacre seguiu-se à declaração do líder da resistência preso Timorense, Sr Xanana Gusmão, na Segunda-feira a apelar à sua força de guerrilha anti-Indonésia para terminar o cessar-fogo e tomar todas as acções necessárias em defesa da população de Timor-Leste.
Ontem, uma porta-voz do Sr Xanana disse que a sua força estava pronta para defender contra os ataques dos leais pró-Indonésios.
O Presidente Português, o Sr Jorge Sampaio, culpou a Indonésia pelo massacre.
"As autoridades Indonésias devem ser consideradas responsáveis perante a comunidade internacional pela onda de violência de milícias armadas contra civis," disse ele.
Portugal renovou o seu apelo para uma força de manutenção de paz da ONU intervir em Timor-Leste. O Primeiro-Ministro, Sr António Guterres, disse que a acção internacional no Kosovo deu a Portugal a autoridade moral para requerer a intervenção da ONU em Timor-Leste.
Um funcionário do Ministério dos Estrangeiros Indonésio disse ontem que as conversações planeadas com Portugal, a antiga potência colonial, sobre o futuro de Timor-Leste irá avante sob os auspícios da ONU em Nova Iorque na próxima semana. Espera-se que as conversações montem um plano para um plebiscito na província para decidir se o território aceita a oferta de Jacarta de autonomia sob controlo Indonésio ou opta pela independência.
Na Quarta-feira, o padre da paróquia de Liquisa, padre Rafael dos Santos, disse que a polícia militar Indonésia tinha começado a disparar para o ar quando os homens da milícia começaram o ataque.
"As pessoas esconderam-se onde puderam," disse ele. "Algumas fugiram para a minha casa e outros para a igreja, mas a polícia atirou gás e obrigou-os a sair. As pessoas saíram da igreja a chorar e foram mortos com catanas pelos Merah Putih (Vermelhos e Brancos)."
Um porta-voz da facção leal aos Indonésios, Gil Alves, confirmou que a milícia dos Vermelhos e Brancos tinha dirigido o ataque.
Mas ele disse que o ataque começou depois de terem sido disparados tiros do interior do terreno da igreja.
Ele afirmou que os Vermelhos e Brancos tinham cercado a casa do padre para desarmar membros do CRNT (forças anti-Indonésias leais ao Sr Xanana), que tinham guardado armas lá.
Ele disse que a polícia estava presente para prevenir a violência e que disparou o gás em auto-defesa. Ele negou que a milícia tivesse sido armada por militares Indonésios, como tinha afirmado o Sr Xanana.
De acordo com o Jakarta Post, o Ministro da Justiça Indonésio, Sr Muladi, ameaçou mandar de volta para a prisão o Sr Xanana da casa onde ele pode receber visitantes.
Ontem, em Canberra o porta-voz dos negócios estrangeiros da Oposição, Sr Laurie Brereton, disse que visitará Jacarta na próxima semana e espera ter conversações com o Sr Xanana.
NOTA DE RODAPÉ:
A negação dos massacres por Gil Alves, secretário-geral da Associação Social Democrata Timorense (ASDT), nomeado Ministro das Finanças do Governo por Xanana Gusmão, caso este seja Primeiro-Ministro...
É esta associação de malfeitores e vigaristas que vai garantir estabilidade a Timor-Leste?
O Snr. Xanana com memoria tao curta e intersses tao descarados, bem pode ganhar vergonha.
ResponderEliminarA fraqueza da memoria deve ser ainda do cansaço da Presidencia. Bem diziz ele que não tem vida para estas lides...