terça-feira, maio 01, 2007

PM de Timor-Leste acusado de usar as tropas Australianas

(Tradução da Margarida)

Herald Sun
Maio 01, 2007 12:00am

JOSÉ Ramos Horta foi acusado pelo seu opositor nas presidenciais de Timor-Leste de manipular as tropas estrangeiras lideradas pelos Australianos para (obter) vantagens políticas.

Especificamente, Francisco Guterres disse hoje que Ramos Horta tinha pedido aos Australianos para cancelarem a sua busca ao desertor major Alfredo Reinado de modo a que ele pudesse obter o apoio crucial do Partido Democrata da oposição nas eleições presidenciais.

"Ramos Horta apelou publicamente à paragem da acção da ISF (Força Internacional de Estabilização) contra Reinado de modo a poder fazer um negócio eleitoral com os apoiantes de Reinado no Partido Democrata," disse Guterres numa declaração.

"Esta é uma descarada tentativa para manipular a ISF de modo a ganhar votos.

"Ramos Horta não tem nenhum poder sob a Constituição para agir unilateralmente nessas questões, nem como primeiro-ministro nem como presidente."

O Presidente do Parlamento Guterres e o Primeiro-Ministro Ramos Horta disputarão a segunda volta para o posto de topo depois de ambos terem falhado uma maioria absoluta nas eleições de 9 de Abril.

A eleição foi a primeira desde que a antiga colónia Portuguesa ganhou a independência em 2002 depois de 24 anos de ocupação Indonésia e um período de patrocínio pela ONU.

A Austrália tem liderado tropas estrangeiras que patrulham Timor-Leste há quase um ano para restaurar a ordem, depois de violência de gangs terem deixado 37 pessoas mortas e terem forçado 150,000 a fugirem das suas casas.

Tropas de elite Australianas tentaram capturar Reinado, culpado de alguma da violência do ano passado, e assaltaram um dos seus esconderijos no mês passado matando quatro apoiantes.

A busca desencadeou protestos, principalmente entre os jovens que apoiam o foragido.
O Partido Democrata, que acabou em terceiro lugar nas eleições de 9 de Abril, teve bons resultados entre os apoiantes de Reinado.

Ramos Horta, que se suspendeu do cargo de primeiro-ministro, não esteve disponível de momento para comentar.

Mas tem dito que se mexerá para ter a busca cancelada em favor de conversações de paz com o amotinado.

O governo Timorense deu luz verde aos Australianos para capturarem Reinado, que tem apelado a conversas face-a-face depois de se recusar render às tropas estrangeiras.

AFP

2 comentários:

  1. Timor-Leste/Eleições: «Lu Olo» compara Ramos-Horta a Suharto

    O candidato da Fretilin às presidenciais timorenses, Francisco Guterres «Lu Olo», acusou Ramos-Horta de ter na sua campanha um foragido à justiça e comparou a actuação do adversário à ditadura de Suharto, durante a ocupação indonésia.
    «Torna-se claro, a cada dia que passa, que tipo de Justiça o povo pode esperar em Timor-Leste se Ramos-Horta for eleito Presidente, seria um sistema de justiça seleccionada, como era no tempo de Suharto onde o Presidente decidia quem seria, ou não, investigado», afirmou o candidato em comunicado, acrescentando que irá lutar para «prevenir que a nação retorne a esse tempo da história».

    Nas notas, «Lu Olo» sustenta não entender o envolvimento na campanha de Ramos-Horta de Vicente da Conceição Railós, suspenso das Forças Armadas em 2004 por desvio de fundos e que tem sobre si um mandado de captura que «ainda não foi executado» apesar de circular livremente no país.

    O candidato da Fretilin refere que Railós é o principal organizador da campanha de Ramos-Horta em Ermera e Liquiçá, está sempre «acompanhado» por um elemento fardado da polícia e tem encontros no Palácio do Governo.

    «A Comissão das Nações Unidas recomendou que Railós fosse processado pelo seu papel ao liderar um ataque ao quartel das Falintil - Forças de Defesa de Timor-Leste (...) onde cerca de nove pessoas foram mortas e pela posse e movimentação de armas«, refere a nota da candidatura de »Lu Olo«.

    O candidato, que também estranha o facto de o Procurador da República só pretender ouvir Railós depois das eleições presidenciais, não critica o magistrado do Ministério Público nem a sua actuação, mas sublinha que este pode estar a ser sujeito a pressões por parte de Ramos-Horta pelo facto de Railós ser o principal dinamizador da sua campanha em Ermera e Liquiçá.

    Nas notas enviadas à agência Lusa, »Lu Olo« critica também o facto de Ramos-Horta estar a tentar travar a captura do major Alfredo Reinado apenas com o objectivo de conseguir conquistar os votos do Partido Democrático e de Fernando »Lasama« que terá, segundo o candidato da Fretilin, feito da »paragem das operações para prender o major rebelde uma condição para o seu acordo (de apoio) a Horta«.

    Fernando »Lasama« foi o terceiro classificado da primeira volta das eleições e apoia agora Ramos-Horta na segunda volta das presidenciais.

    A segunda volta das presidenciais timorenses realiza-se a 09 de Maio e a tomada de posse do novo presidente ocorrerá a 20 de Maio.

    Diário Digital / Lusa

    01-05-2007 11:05:00

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  2. "Ramos Horta, que se suspendeu do cargo de primeiro-ministro, não esteve disponível de momento para comentar". Parece-me que é a primeira vez que o Herald pede um comentário ao Horta e que ele fica mudo e quedo. Bom tiro Lu-Olo!

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