Díli, 19 Abr (Lusa) - A Missão de Observação Solidariedade com Timor-Leste (SOMET), que reúne várias organizações cívicas e não-governamentais, recomendou hoje a criação de um "órgão independente" para gerir o processo eleitoral.
"Futuras eleições deviam ser administradas por um órgão independente, fora da jurisdição de qualquer ministério do Governo", recomenda o relatório da SOMET às presidenciais de 09 de Abril.
A SOMET observou as eleições presidenciais nos distritos de Díli, Liquiçá e Ermera, tendo 12 elementos da organização, de 12 nacionalidades, visitado 52 locais de voto no dia das eleições.
A SOMET nota que as eleições foram concretizadas pelo Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), que depende do Ministério da Administração Estatal, e pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), formada apenas três meses antes do escrutínio. "Neste contexto, estamos impressionados pela forma como as eleições correram tão bem", acrescenta o documento, apresentado por três dos elementos da SOMET.
O documento aponta como "fraqueza" a dependência orgânica do STAE em relação ao Governo, através da Administração Estatal.
"Em resultado [disso], está sujeito a pressões políticas dos titulares nos gabinetes, tornando difícil conduzir uma eleição imparcial sem a influência indevida de partidos actualmente no poder", sublinhou a coordenadora da SOMET, Catharina Maria.
A SOMET é um projecto da ETAN (Rede de Acção para Timor-Leste e Indonésia), organização criada nos EUA após o massacre de Santa Cruz, em 1991. A missão de observação representa também organizações cívicas como a Stichting Vrij Oost Timor, da Holanda, a Initiatives for International Dialogue (IID), a Coligação de Solidariedade Ásia-Pacífico (APSOC), com sede nas Filipinas, e o Fórum Mundial para a Democratização da Ásia (WFDA).
Em Timor-Leste, a SOMET colabora com a Associação Hak, o Fórum Timorense de Ong's, La'o Hamutuk, FOKUPERS e Bibi Bulak.
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Timor: Confrontos entre partidos rivais em Gleno e Bobonaro
ResponderEliminarConfrontos entre militantes de partidos rivais em Gleno, distrito de Ermera (a sudoeste de Díli), provocaram hoje um ferido e obrigaram à intervenção e permanência de militares da GNR, declarou à Lusa fonte oficial das forças de segurança.
«Este incidente ficou, por enquanto, resolvido» e está a ser investigado para apurar responsabilidades e, porventura, confirmar a filiação partidária dos grupos rivais, disse a mesma fonte.
Na terça-feira, um confronto semelhante entre dois grupos ocorreu na área de Sibuni, no subdistrito de Bobonaro (oeste), «e a tensão continuou alta», segundo o relatório de segurança diário da Polícia das Nações Unidas.
«Para inverter a situação, a UNPol e a Polícia Nacional estão envolvidos em discussões com os membros mais importantes da comunidade».
«A UNPol e a PNTL pensam também trazer à discussão os coordenadores dos partidos políticos rivais para negociar soluções pacíficas para o conflito», acrescenta o relatório da polícia internacional.
A situação de segurança por todo o país tem sido em geral calma no período pós-eleitoral, desde as presidenciais de 9 de Abril, incluindo na capital.
O incidente mais grave ocorreu na noite de 18 de Abril, quarta-feira, no Bairro Pité, na periferia sul da cidade, onde confrontos de rua envolvendo cerca de 50 pessoas provocaram três feridos por arma de fogo.
A Polícia das Nações Unidas dispersou a multidão e deteve um indivíduo por posse ilegal de arma.
Diário Digital / Lusa
19-04-2007 20:15:57
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=10&id_news=272428