Diário Digital / Lusa
05-02-2007 18:29:00
O presidente do parlamento timorense manifestou esta segunda-feira em Lisboa disponibilidade para concorrer pela Fretilin às presidenciais de 9 de Abril próximo, mas considerou que Mari Alkatiri «preenche perfeitamente todos os requisitos» para se candidatar.
«Claro que não (excluo a possibilidade de me candidatar). Nem eu, nem Alkatiri, nem qualquer outro. Tudo depende do que o partido decidir», afirmou Francisco Guterres aos jornalistas, durante uma visita protocolar à Assembleia da República (AR) portuguesa.
«Mari Alkatiri (ex-primeiro-ministro e secretário-geral da Fretilin) preenche perfeitamente todos os requisitos para ser candidato, pois não tem qualquer mancha que o possa impedir. Mas cabe à Fretilin decidir sobre qual o candidato a apoiar», sublinhou Francisco Guterres «Lu Olo».
Por outro lado, Francisco Guterres considerou «uma óptima notícia» o arquivamento do processo que pendia sobre Mari Alkatiri ligado à alegada distribuição de armas a civis em Abril e Maio de 2006, decisão tomada hoje pela Procuradoria-Geral timorense alegando «falta de provas».
«Deixa-me muito satisfeito. E quando exige que o presidente (Xanana Gusmão) e o primeiro-ministro (José Ramos Horta) peçam desculpas publicamente pelos insultos de que foi alvo demonstra a seriedade do homem que é, pois não é vingativo», afirmou.
O envolvimento de Mari Alkatiri na alegada distribuição de armas a civis custou-lhe o cargo de primeiro-ministro, função de que se demitiu a 26 de Junho de 2006, sendo substituído por José Ramos Horta, até então ministro de Estado, Negócios Estrangeiros e Cooperação.
«Vão ter de se retractar. Com isso quero dizer que tenho vários canais para usar, mas acho que ainda podemos acreditar na grandeza moral dos nossos líderes. Que saibam reconhecer o erro», afirmou Mari Alkatiri ao anunciar o arquivamento do processo.
Francisco Guterres insistiu na ideia de que o ex-primeiro- ministro «não é um homem vingativo», sublinhando que a exigência de desculpas públicas «é o mínimo» que Mari Alkatiri pode fazer.
Sobre a exigência eleitoral da Fretilin, que reclama a realização das legislativas antes de 20 de Maio próximo, Francisco Guterres reiterou a intenção do partido em cumprir com a Constituição, sublinhando que qualquer data posterior àquela será «anticonstitucional».
A Constituição da República é clara e refere que todos os órgãos de soberania terminam o mandato a 20 de Maio. Se o presidente decidir marcar a data das legislativas para uma data posterior a essa data, do ponto de vista da Fretilin, é anticonstitucional», afirmou.
Francisco Guterres está em Lisboa desde sexta-feira para uma visita de trabalho a convite do seu homólogo português, Jaime Gama, com quem manteve hoje uma reunião de trabalho.
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Durão Barroso já comunicou decisão às autoridades timorenses
ResponderEliminarUnião Europeia vai abrir embaixada em Timor-Leste
06.02.2007 - 09h00 PUBLICO.PT
A União Europeia prepara-se para abrir uma embaixada em Timor-Leste. A decisão já está tomada e já foi comunicada por Durão Barroso às autoridades timorenses, avançou hoje a TSF.
O presidente da Comissão Europeia defende que Timor precisa da ajuda humanitária e do apoio da União Europeia para o desenvolvimento social e económico. O representante especial da Comissão Europeia para Timor, Miguel Amado, disse à TSF que a localização do país na geopolítica internacional também contribuíu para a decisão.
"A presença europeia aqui também é uma presença geoestratégica; porque num país que é metade de uma ilha, como Timor, que partilha a ilha com a Indonésia e que está entre a Austrália e a Indonésia, a presença europeia torna-se fundamental. E uma voz forte, sobretudo, para haver um equilíbrio geoestratégico.”
Neste momento, estão a ser programados projectos no valor de 100 milhões de euros. No futuro, espera-se o reforço das iniciativas europeias também a nível político.
"Nós não só queremos desenvolver com os timorenses projectos como seja a agricultura, a capacidade institucional, como seja a justiça, como também ter os olhos e os ouvidos abertos para as questões de conflito, do diálogo político e, na medida do possível, dar ajudas e conselhos também nesta área".
O embaixador da União Europeia deverá ser nomeado em meados de Abril e a embaixada deverá abrir portas depois das eleições presidenciais.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1284814