Díli, 17 Nov (Lusa) - O presidente timorense, Xanana Gusmão, afirmou ho je, em mensagem ao país, ser chegada a hora de Timor-Leste "se reafirmar enquant o um só Povo e uma só Nação".
"Nós ainda podemos mostrar ao mundo que todos nós conseguimos recuperar a nossa dignidade de um povo destemido, a dignidade de um povo que na verdade ama a paz", disse.
Na sua mensagem, feita também em nome do presidente do Parlamento Nacio nal, do primeiro-ministro e do presidente do Tribunal de Recurso, Xanana Gusmão voltou a referir que a culpa da crise desencadeada em Abril passado cabe aos qua tro órgãos de soberania.
Os comandantes das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e da Polícia Nacional estiveram também presentes no acto de leitura da mensagem ao país.
"Fizemos com que durante seis meses as consequências dos nossos erros s e reflectissem em todos vós, provocando sofrimento, medo e lágrimas", admitiu o presidente timorense.
"Nós não podemos resolver tudo de uma só vez. Mas os órgãos de soberani a, juntamente com as F-FDTL e PNTL, humildemente dirigimo-nos a vocês, pedindo p ara que abandonem este sentimento de revolta", acrescentou.
Considerando que os erros cometidos envolveram também as forças de segu rança, que se digladiaram na sequência da crise, Xanana Gusmão sublinhou o compr omisso público de reconciliação protagonizado na passada quarta-feira por milita res e polícias timorenses.
Xanana Gusmão referiu que os quatro órgãos de soberania pretendem ver e sse exemplo de reconciliação seguido pelos cerca de 25 mil timorenses que ainda vivem em campos de acolhimento espalhados por Díli, anunciando que militares e p olícias vão participar no esforço de realojamento dos deslocados.
"Todos nós devemos estar unidos neste processo, para evitar problemas m aiores causados pela época das chuvas", acentuou.
Para garantir a confiança mútua e reconciliação comunitária, Xanana des tacou na mensagem que os deputados e funcionários públicos que vivem actualmente nos campos deverão dar o exemplo aos demais deslocados.
"Nós, os órgãos de soberania, lançamos um apelo especial aos membros do Parlamento Nacional e aos funcionários públicos, em cada campo onde se encontra m, para serem eles os primeiros a saírem de lá, dando o exemplo. Se forem os pri meiros a fazê-lo, o resto da população irá seguir o exemplo", disse.
No caso dos que ficaram sem casas, ou com as habitações destruídas, pel a violência ocorrida nos últimos meses, Xanana Gusmão garantiu que os militares e os polícias "que serão destacados para cada bairro hão-de serrar a madeira, co locar os zincos nas casas para, antes de mais nada, as casas terem telhados, ter em protecção contra o sol e as chuvas".
"Hão-de trabalhar juntos para ver os problemas de portas e janelas, par a que cada família possa estar já numa casa", assegurou.
A continuação desse tipo de apoios e a inventariação dos problemas que serão porventura sentidos no regresso às áreas de residência "serão discutidas n o próprio local, nos bairros, não nos campos de acolhimento da população desloca da", frisou.
A mensagem dos quatro órgãos de soberania segue-se a uma parada realiza da quinta-feira, em Díli, em que participaram cerca de 600 efectivos das F-FDTL e da PNTL, que marcou a reconciliação pública entre as duas forças.
Este processo de superação das desconfianças mútuas prosseguiu quinta-f eira e hoje com encontros entre os comandos das duas forças com os partidos polí ticos, organizações não-governamentais timorenses e grupos de jovens.
EL-Lusa/Fim
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Agora quem foi obrigado a fugir para salvar a vida – e sabe-se que os mais expostos porque são os mais conhecidos são precisamente os deputados da Fretilin e os funcionários públicos - é que têm de se expor novamente para dar o exemplo?
ResponderEliminarE agora em vez de pôr os polícias a procurar os bandoleiros em fuga e os militares a garantir a defesa da sua nação, vai pô-los a dar serventia a pedreiros e carpinteiros? E talvez a pôr o Brigadeiro-General das F-FDTL como capataz das obras? Enquanto obviamente, as tropas Australianas calmamente vão ocupando a zona do Aeroporto e prosseguem as suas obras faraónicas?
Que o Presidente da República traz o foragido de Alfredo Reinado e os "trouble-makes"da cidade para reconstruirem as casas que eles próprios ajudaram a destruir!
ResponderEliminarQue melhor para parar a violência e destruição dos "trouble-makes" do que pô-los a construir algo e eles poderem ver que afinal tiveram que suar para poderem ver uma obra sua?
O PR dar-lhes-á uma ajuda preciosa no seu crescimento pessoal!
Petra