Díli, 09 Nov (Lusa) - Sete trabalhadores humanitários estiveram hoje sob s equestro dos residentes do campo de deslocados em Metinaro, 45 quilómetros a les te de Díli, mas o incidente foi já resolvido com a sua libertação, disse à Lusa fonte militar.
Os reféns, que foram obrigados a entregar aos deslocados as chaves das sua s viaturas, foram envolvidos num protesto em que era exigida mais ajuda humanitá ria.
A Agência Lusa contactou o comissário interino da Polícia da ONU (UNPOL), Emir Bilget, que confirmou o incidente, mas ressalvou que o mesmo já se encontra solucionado.
Dois dos reféns tinham nacionalidade australiana e britânica, e os restant es eram timorenses, todos funcionários da PLAN, uma organização não-governamenta l britânica criada em 1937 e que desenvolve projectos de assistência humanitária em vários países.
A situação obrigou à deslocação de efectivos da UNPOL para o local, inclui ndo militares da GNR, mas não foi necessário usar da força para resolver o incid ente.
Actualmente, 93.000 pessoas - 23.000 em Díli e 70.000 fora da capital -, v ivem em campos de deslocados criados em resultado da crise político-militar dese ncadeada em Abril em Timor-Leste.
O governo do primeiro-ministro José Ramos-Horta já anunciou que o apoio hu manitário àqueles deslocados termina dentro de três semanas, face ao aproximar d a estação das chuvas e à criação de áreas de acolhimento em locais específicos, com vista a retirar os deslocados que ainda se encontram nos cerca de 60 campos espalhados pela capital.
EL-Lusa/Fim
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uma amostra da reacção dos deslocados quando os mandarem embora dos campos, quando lhes desligarem a energia e a água, quando lhes negarem o arroz à borla...
ResponderEliminarvai ser bonito....
Alkatiri em Lisboa com anúncio feito por Ramos-Horta
ResponderEliminarDN, 9/11/06
Por: Armando Rafael
O antigo primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri deverá chegar hoje a Lisboa, onde vai permanecer uma semana, aproveitando para efectuar exames médicos. A revelação foi ontem feita, em Díli, pelo gabinete do seu sucessor na chefia do Governo, José Ramos-Horta, tendo sido posteriormente confirmada por Francisco Guterres (Lu-Olo), que acumula a presidência do Parlamento com a da Fretilin.
Num comunicado, tornado público já depois da partida de Alkatiri, o gabinete de Ramos- -Horta encarrega-se de explicar que esta deslocação não foi sujeita à apreciação das autoridades judiciais, uma vez que o antigo primeiro-ministro não está impedido de viajar, apesar de estar a ser ouvido no âmbito das investigações em curso à alegada distribuição de armas a civis durante a crise de Abril e Maio.
"O procurador-geral da República", lê-se no comunicado, "não tem que aprovar, ou deixar de aprovar, as viagens do Dr. Mari Alkatiri. O ex-primeiro-ministro não está sujeito a qualquer medida de coacção do tribunal que o impeça de viajar. Apenas tem de participar que vai viajar e onde o podem contactar".
Uma passagem que parece traduzir um especial empenho de Ramos-Horta em travar todos os rumores que pudessem envolver uma viagem que ocorre 24 horas após Mari Alkatiri ter voltado a ser ouvido no âmbito de um inquérito judicial que já levou o ex-ministro do Interior, Rogério Lobato, a ser formalmente acusado, estando, agora, em prisão domiciliária.
Tudo isto numa altura em que Ramos-Horta se prepara para ir hoje ao Parlamento dar conta dos primeiros 100 dias do seu Governo, admitindo-se que o primeiro-ministro timorense possa anunciar novos incentivos para levar os deslocados a deixarem Díli, onde se refugiaram há seis meses, regressando agora aos seus locais de origem.
Sem que se saiba, entretanto, quando é que vai sair a segunda parte de um artigo de opinião que o Presidente da República fez publicar há dias num jornal timorense, em que Xanana Gusmão respondia ao comunicado da Fretilin sobre a crise de Abril e Maio, acusando-a de "total falta de honestidade política".
Em vez disso, Xanana optou por inaugurar ontem a iniciativa Diálogo Nacional, uma série de encontros que vai levar Xanana Gusmão a discutir o a reconciliação timorense com os partidos políticos, com a sociedade civil e com os diferentes órgãos de soberania do país.
http://dn.sapo.pt/2006/11/09/internacional/alkatiri_lisboa_anuncio_feito_ramosh.html