sexta-feira, novembro 10, 2006

Alkatiri admite voltar a chefiar governo se FRETILIN o desejar

Lisboa, 09 Nov (Lusa) - O ex-primeiro-ministro de Timor-Leste Mari Alkatiri admitiu hoje, em Lisboa, candidatar-se às eleições legislativas do próximo ano, mas sublinhou que a última palavra caberá à FRETILIN, partido que lidera.

"Nunca me candidatei a primeiro-ministro", afirmou Alkatiri pouco depois de chegar a Lisboa para efectuar exames médicos de rotina, adiantando que foi nomeado para a chefia do governo pela FRETILIN depois deste partido ter sido o mais votado nas eleições de 2001.

Em relação às próximas eleições, e apesar de referir que a última palavra caberá à FRETILIN, Mari Alkatiri sublinhou que a experiência o "levará a reflectir", mas admitiu que aceitará candidatar-se a primeiro-ministro, se for esse o desejo do partido que lidera.

Secretário-geral da FRETILIN, o partido maioritário em Timor-Leste, Mari Alkatiri assumiu o cargo de primeiro-ministro logo após a independência, a 20 de Maio de 2002, e demitiu-se a 16 de Junho deste ano, na sequência da crise político-militar que afectou o país.

Alkatiri voltou a defender que a crise política em Timor-Leste resultou de "um golpe de Estado que não foi concluído" e que "foi a FRETILIN que evitou uma guerra civil", ao aceitar que abandonasse a chefia do governo, em que foi substituído por José Ramos-Horta.

Questionado sobre o processo em que foi constituído arguido por alegado envolvimento na distribuição de armas a civis durante a crise, Alkatiri alegou o segredo de justiça para não fazer qualquer comentário e afirmou-se totalmente disponível para colaborar com a Justiça.

Terça-feira passada, Mari Alkatiri foi ouvido em Díli pelo Ministério P úblico no âmbito do processo, depois de ter feito as primeiras declarações perante os procuradores a 20 de Julho.

Alkatiri foi constituído arguido no mesmo processo em que figura o ex-ministro do Interior Rogério Lobato, que já foi formalmente acusado.

Em causa está a alegada distribuição de armas a civis denunciada por Vicente da Conceição "Railos", antigo comandante da guerrilha contra a ocupação indonésia, que figura no processo como testemunha.

Alkatiri tem repetidamente negado as acusações, insistindo ao mesmo tem po na rápida resolução da investigação em curso.

Num relatório divulgado a 17 de Outubro, uma comissão de investigação da ONU indicou não ter encontrado provas sobre o alegado envolvimento de Mari Alkatiri na distribuição de armas a civis, mas recomendou uma investigação adicional para determinar se o ex-primeiro-ministro deve ser responsabilizado criminalmente sobre a questão.

Nas declarações aos jornalistas à chegada hoje a Lisboa, Alkatiri reconheceu que actualmente, Timor-Leste "está bem melhor, mas o problema dos deslocados mantém-se", numa referência às dezenas de milhares de timorenses que continuam a viver em campos de acolhimento depois da violência ocorrida no país.

Alkatiri adiantou ainda que tem colaborado com o actual governo timorense, salientando que o executivo liderado por José Ramos-Horta está a seguir o programa por si delineado.

O dirigente timorense chegou hoje a Portugal para efectuar exames médic os de rotina, estando o seu regresso a Timor-Leste previsto para o final do mês.

MC/EL-Lusa/Fim

3 comentários:

  1. VIVA MARI ALKATIRI
    VIVA LU-OLU
    VIVA CCF
    VIVA FRETILIN

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  2. E vivam todos os patriotas Timorenses!

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  3. Mari, apoiamos a tua candidatura

    para as proximas eleicoes.

    Esperamos um bom programa para

    apresentar ao povo nas campanhas

    eleitorais de 2007.

    Nao capta simpatia do povo com a

    popularidade por interesses

    politicos mas sim pela

    honestidade,verdadeiro amor ao

    povo e desenvolvimento do PAIS.De

    dia a dia estamos a descobrir as

    verdades e mentiras da crise que

    ninguem pode-nos enganar mais.

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