Reinado quer julgamento em tribunal independente, pede fim violência (ACTUALIZADA)
Díli, 31 Ago (Lusa) - O major Alfredo Reinado garantiu hoje, numa grava ção vídeo enviada à Lusa, estar pronto para ser julgado por um tribunal "indepen dente" e "sem influência política" e apelou para o fim da violência em Timor-Les te.
"Mesmo estando fugido da cadeia, não significa que esteja a fugir da ju stiça", afirma Alfredo Reinado, salientando que está disponível para ser "julgad o em qualquer dia e em qualquer tempo".
"Apenas espero um tribunal independente, isento e imparcial e sem influ ência política", acrescenta.
A mensagem consta de uma gravação em vídeo entregue na delegação da Lus a em Díli por alegados colaboradores do major, em que se vêem imagens de Alfredo Reinado, num local não identificado, junto de alguns dos seus companheiros.
O vídeo terá sido gravado pouco depois de Alfredo Reinado ter fugido, q uarta-feira, da cadeia de Becora, Díli, juntamente com outros 56 presos.
Na mensagem em tétum, Alfredo Reinado diz que tem de "seguir viagem" ru mo à liberdade, sem especificar se isso significa abandonar Timor-Leste, e afirm a que a sua evasão da cadeia de Becora "não é fugir à justiça".
"Também não me sinto livre, porque não compreendo esta justiça. Já cump ri a minha obrigação e neste momento o povo tem de abrir os olhos, porque existe injustiça no nosso país", afirma.
Num apelo dirigido aos jovens, pede um novo Governo e apela para o fim da violência, para a paz e para a reconciliação, salientando que não deve haver divisão entre "lorosae" (oriundos da parte oriental do país) e "loromonu" (da pa rte ocidental).
"É tempo para os jovens gritarem novo Governo, não à violência nem às p edradas nem às casas queimadas. Não há lorosaes nem loromonus e todos juntos, se jam forças civis ou militares", devem seguir a paz, afirma.
"Eu posso resolver e nós próprios é que temos de resolver os nossos pro blemas e não os outros", acrescenta.
Alfredo Reinado diz também "depositar toda a confiança nos jovens para que não caiam nos interesses políticos".
"É por causa dos interesse políticos que hoje todo o povo sofre e morre , favorecendo apenas os soberanos em detrimento do povo", afirma.
Sobre a presença da ONU, considera tratar-se de uma oportunidade para f estejar a democracia em Timor-Leste, que assinalou quarta-feira, dia em que Alfr edo Reinado fugiu da cadeia, o sétimo aniversário do referendo organizado pelas Nações Unidas que conduziu ao fim da ocupação indonésia (1975-1999) e à independ ência do país (2002).
A fuga de Reinado e de outros 56 reclusos ocorreu cerca das 15:00 de qu arta-feira (07:00 em Lisboa), tendo os presos saído pelo portão principal da cad eia de Becora, segundo disse na altura à Lusa o director nacional das prisões de Timor-Leste, Manuel Exposto.
Tanto Manuel Exposto como o ministro da Justiça timorense, Domingos Sar mento, atribuíram a aparente facilidade da fuga à ausência de segurança no exter ior da cadeia, que estava atribuída às forças da Nova Zelândia.
"Havia um acordo em que as forças da Nova Zelândia estavam encarregues de fazer a segurança no exterior da cadeia, mas há cerca de uma semana deixaram o local e não nos informaram", afirmou Domingos Sarmento.
A polícia da ONU, comandada pelo comissário português Antero Lopes, e a s forças sob comando australiano desencadearam uma operação para tentar capturar os fugitivos, até ao momento sem sucesso.
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Quarta-feira, depois da fuga, o advogado de Reinado, Paulo Remédios, di sse à Lusa que o seu cliente temia pela sua segurança na cadeia de Becora.
JCS/EL/PNG.
nao me facam rir...
ResponderEliminarWhat a joke
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