quinta-feira, agosto 17, 2006

O plano de policiamento de Timor é demasiado ambicioso, diz Peters

Tradução da Margarida.


NewsTalk ZB Oackland
17/08/2006 10:48:02


O Mnistro dos Estrangeiros Winston Peters está preocupado com alguns aspectos de um relatório das Nações Unidas sobre Timor-Leste.


O documento recomenda que se chegue a um acordo entre Timor-Leste e a comunidade internacional para assegurar a coordenação nos esforços de ajuda e reconstrução e sublinha a necessidade de um compromisso a longo termo com a jovem nação.


O Ministro dos Estrangeiros Winston Peters saúda as conclusões mas está preocupado com a proposta da ONU de uma componente policial substancial porque pode ser demasiada ambiciosa. Diz que a ONU terá um papel de curta duração no policiamento na linha da frente, mas tem esperança que isso mude rapidamente para ajudar na reforma e no arranjo da força policial local.

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2 comentários:

  1. Até que se restabeleça confiança numa força policial timorense, não vejo uma missão de curta duração possa ter alguma utilidade...
    A presença policial da ONU em Timor Leste tem de ser de longo prazo, até que os timorenses voltam a adquirir confiança nas sua forças, se não, a 1.ª oportunidade, a violência voltará com toda a força, com muitos actos de vingança, que por enquanto estão contidos...

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  2. Anónimo das 3:30:55 AM: eu espero é que agora não façam com a PNTL as asneiras que fizeram antes. Lembro-me sempre do que disse a Ana Pessoa na entrevista ao Expresso em 24/06/06;

    Expresso - A ONU é acusada de não ter evitado a politização e instrumentalização das Forças Armadas e de Segurança timorense, que estaria na origem da crise institucional actual...

    Ana Pessoa - O principal aspecto positivo das intervenções da ONU é a multilateralidade, que acarreta também consequências negativas, mas não se pode, de maneira nenhuma culpar a ONU de tudo o que acontece agora. Para a constituição das forças policiais, a UNTAET teve assessores de 40 nacionalidades diferentes e isto cria necessariamente confusão. Não há um modelo, uma doutrina, uma estratégia clara, o que é grave para a formação de um exército e de polícias num país como Timor-Leste, sem tradições institucionais e com referências negativas, herdadas da ocupação militar estrangeira.

    Expresso - Os critérios de avaliação para o recrutamento de funcionários, polícia, militares, não foram logo um factor de tensão? Há pessoas que foram excluídas porque não falavam português...
    O facto de haver oficiais da polícia oriundos da polícia indonésia não criou problemas?

    Ana Pessoa - O recrutamento da Policia Nacional de Timor-Leste (PNTL) foi inteiramente feito pela UNTAET. Incorporaram mais de 100 agentes e oficiais indonésios, alguns dos quais tinham uma folha de serviços muito má, referenciados como torcionários. Foi o que provocou a primeira divisão entre os chamados «nacionalistas» e o grupo dos «autonomistas», ex-agentes da polícia indonésia que foram incorporados na PNTL em nome da reconciliação nacional. Costumava dizer que a policia foi estruturada para se desestruturar na altura da primeira crise. Foi o que aconteceu. (…)

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