Díli, 06 Ago (Lusa) - Confrontos entre grupos rivais no bairro de Bebonuk, em Díli, envolvendo dezenas de pessoas, forçaram hoje de manhã a intervenção da GNR, que efectuou duas detenções, disse à Lusa fonte militar.
Segundo o comandante operacional da GNR, capitão Gonçalo Carvalho, os confrontos, envolvendo entre 60 e 70 pessoas, foram referenciados à passagem de uma patrulha dos militares portugueses.
"Ao chegar ao local, uma das viaturas foi apedrejada. Um dos grupos (envolvidos nos confrontos) manteve a sua posição, com barricadas e pneus a arder e tentou resistir à nossa actuação. O que fizemos foi montar a operação de cerco e avançar em direcção ao grupo e fomos passando barricada a barricada até limpar toda a zona, e fizemos duas detenções", disse.
O comandante operacional da GNR reconhece que a capital timorense continua a ser palco de tensão entre grupos rivais.
"Neste momento vive-se alguma tensão ainda entre as duas partes, leste/oeste. Este era o caso de um grupo do bairro, pertencente ao oeste, que se estava a defender do grupo de leste. É mais uma vez a luta entre duas facções que está na origem deste problema", acrescentou.
Em resultado dos confrontos foram queimadas três casas e as duas comunidades religiosas católicas que vivem e trabalham no bairro, Carmelitas e do Sagrado Coração de Jesus, voltaram a receber refugiados nas suas instalações.
A responsável pelas Carmelitas, Irmã Arlyn, disse à Lusa que 50 pessoas, crianças e mulheres na maioria, se encontram deslocadas nas suas instalações, enquanto outras 20 se acolheram sob a protecção das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus.
Embora a situação de segurança tenha melhorado significativamente em Díli, casos pontuais de violência opondo grupos da parte oeste ("loromonu") contra os da parte leste ("lorosae") têm- se vindo a registar com alguma regularidade em vários pontos de Díli.
Devido à manutenção desse clima de ansiedade, o número de timorenses deslocados, que vivem em campos de acolhimento espalhados por Díli e no interior do país, aumentou, fixando-se agora em 152 mil.
Em declarações à Lusa na passada sexta-feira, Finn Reske- Nielsen, coordenador da ajuda humanitária das Nações Unidas, disse que em Díli estão registados 72 mil deslocados e os restantes 80 mil em campos situados fora da capital.
Para Reske-Nielsen, continua a ser difícil convencer os deslocados a regressar às suas casas.
"Esperamos que o problema possa ser resolvido, mas é difícil, porque as pessoas ainda têm medo. Mesmo com a melhoria da situação em Díli, as pessoas ainda estão assustadas e os problemas fundamentais ainda não estão resolvidos", acrescentou.
Reske-Nielsen considerou que persistem os problemas políticos que estão na base da crise político-militar desencadeada em finais de Abril.
"A divisão leste/oeste ainda é um grande problema", vincou.
A crise timorense iniciou-se com a violência registada no final de uma manifestação patrocinada em finais de Abril por ex- militares, maioritariamente provenientes dos distritos ocidentais do país e que alegaram ser perseguidos no seio da instituição por razões de ordem étnica.
A desintegração da Polícia Nacional e as divisões no seio das forças armadas, além da actividade de grupos de civis armados no saque e destruição de bens públicos e privados, contribuiu para o acentuar da crise, entretanto significativamente ultrapassada com a vinda de cerca de três mil militares e polícias enviados pela Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal, a partir de 25 de Maio, a pedido das autoridades timorenses.
EL.
O Presidente da República insistiu que só a demissão do então PM Mari Alkatiri poderia levar à resolução da crise.
ResponderEliminarApós a demissão do PM o Presidente da República anunciou vitória.
Foi nomeado PM Ramos-Horta que reuniu o consenso interno, dos Estados Unidos e da Austrália.
A pergunta é:
Porque é que a crise ainda não está resolvida?!!!
Mas quem será que continua a "alimentar" estes gangs?!
ResponderEliminarSerão os mesmos que caluniam a GNR portuguesa?!
Onde está o lider carismático - Xanana Gusmão - que tem o poder máximo sobre o povo?!
Porque não sobe de novo ao palco e apela ao fim da violência?!
Sobre o silêncio do Presidente só se pode concluir pela sua cumplicidade tácita com a violência.
Para o mundo foi e é chocante o conhecimento de um "novo" Xanana.
Para Timor-Leste adivinha-se mais uns anos de sofrimento e violações dos direitos humanos.
Quem estas linhas escreve sempre foi contra a demissao de Mari pois sabia que nada resolveria esta demissao. Mas se a situaco conrinua nao se deve cingir a responsabilidade nem a Xanana Gusmao, nem ao Ramos. A responsabilidade cabe tambem aqueles lideres politicos que estiveram por detras das manobras todas e lancaram lorosae contra loromonu.
ResponderEliminarXanana esta pago pelos australianos e americanos para alimentar estes tipos de accoes...
ResponderEliminarNao acuse ninguem sem provas. Por causa de pessoas como voce e que o nosso Timor esta assim. Tem provas?!...
ResponderEliminarMeta o Xanana no Tribunal.
Nao tem?!...
Cale-se!...
No tribunal nao, meta-o no Kings Cross em Sydney!
ResponderEliminarSim, Xanana devia estar sentado no banco dos réus por violação grave dos deveres de um Presidente da República.
ResponderEliminarInfelizmente Timor-Leste não tem pessoas à altura para o fazerem.
Tanta violência, tantos jovens com o excesso de energia!!!! Por acaso não há nada para construir, nenhum trabalho a favor da comunidade em que poderiam gastar as sobras de energia e hormonas?
ResponderEliminarAninimo das 6:35:49 AM.
ResponderEliminarPergunte ao antigo governo o que e que fizeram durante 4 anos sobre a questao do emprego. Agora amanham-se!
Não sendo timorense, nem sou a favor nem contra antigo Governo.
ResponderEliminarMas, uma coisa é certa:
ROMA E PAVIA NÃO SE FIZERAM NUM DIA!
Por outras palavras, um império leva muito tempo a construir e não se faz de um dia para outro, quer que o partido no governo fosse Fretilin, UDT..., Verdes, Alegres, Positivamente Loucos, Tristes, Camisolas Molhadas ou seja quem for.
IMPERIO?
ResponderEliminarOs Timorenses nao querem IMPERIO.
Querem um pais, uma casa e um trabalhinho com a remuneracao do Mari para poder sonhar......
Os timorenses ja tem um pais! Para ter casa e preciso trabalhar! E para trabalhar e necessario que eles sejam inovativos, ambicosos e acima de tudo ter vontade de fazer isso mesmo: trabalhar. Se em Dili nao ha trabalho, sugiro que os sem trabalho vao para a montanha, cultivar, criar gado, etc etc. Com isto vira a remuneracao e depois a casa!
ResponderEliminarNao podemos ter um exercito so de generais, e o problema em Timor e que todos querem ser generais, mesmo que sejam analfabetos! Nao me digam que os Indonesios que estiveram la durante 24 anos deram trabalho a todos! Uma OVA!
TRABALHAR E HONRA