sexta-feira, julho 21, 2006

Timor Leste - a crise, ainda - Por Ana Gomes

No blogue Causa Nossa:

Está na ABA DA CAUSA o artigo "Ainda a crise timorense" que escrevi na semana passada para o COURRIER INTERACIONAL (publicado a 14/7).

Entretanto estive em Timor Leste e conversei com todos os principais actores. Incluindo com o ex-Primeiro Ministro Mari Alkatiri.

E não tenho nem uma vírgula a modificar naquele meu texto.

Posso, em vez disso, acrescentar:

Mari Alkatiri pode continuar a ser muito importante, determinante mesmo, no processo de construção do Estado em Timor Leste. Naturalmente que é agora sua prioridade ver esclarecidas integralmente na Justiça as responsabilidades criminais que lhe são imputadas. Mas mal possa investir no trabalho parlamentar e partidário pode até tornar-se mais eficazmente influente do que era no Governo, valendo-se da experiência que adquiriu e mais ninguém possui e das competências que lhe são reconhecidas.

Mari Alkatiri pode, pela sua acção no Parlamento, na FRETILIN e nos bastidores contribuir decisivamente para o sucesso do actual governo, chefiado por Ramos Horta. Mas também pode obstaculizar a acção do Governo ou pelo menos dificultar o seu funcionamento.

Só que, se o actual Governo falhar, não será só Ramos Horta que falha. Nem o Presidente Xanana Gusmão que forçou a demissão do anterior Governo e nomeou este. Falha a FRETILIN que o indicou, o integra e o domina. E falhará, sobretudo, a independência de Timor Leste. Pela qual Mari Alkatiri sempre lutou e tantos e tantos timorenses deram a vida.

[Publicado por AG] 20.7.06

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6 comentários:

  1. reparem como a tia velha tenta condicionar uma vez mais a fretilin e o proprio mari alkatiri.

    esta eurodeputada não tem um pingo de vergonha naquela horrivel cara!

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  2. Ao saber desta segunda deslocação de Ana Gomes a Dili, ainda tive alguma esperança que entendesse a realidade de uma forma que não fez na primeira ida ...

    Tenho pena que, apesar da disponibilidade de todos em a receber e conversar com ela, continue sem compreender o que se passou e o que se passa!

    Continua com uma liguagem sectária que é inentendível em algém com tantas anos de carreira diplomática. E, para alguém formada na área do Direito, como se entende a expressão "as responsabilidades criminais que lhe são imputadas"???!!!! responsabilidade imputadas?

    Compreende-se o fascínio que tem pela personalidade carsmática do PR mas não se compreende de todo esta 'estreiteza mental' relativamente a Mari Alkatiri que ela tão bem conhece.

    Há que ser objectivo numa situação complexa como a que Timor-Leste vive desde o início do ano (no mínimo) e analisar factos. A eurodeputada Ana Gomes peca em toda a sua análise e comentários, ao deixar-se dominar pelas emoções e sentimentos que nutre pessoalmente por alguns dos actores deste processo.

    É uma desilusão, particularmente depois do papel brilhante e competente que desempenhou na fase dificilima de 1999.

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  3. Babija: não é só isso. Não se esqueça que a Ana Gomes é daquela fornada muito em moda no final dos anos 60, princípios dos anos 70, ex-maoistas convertidos à social-democracia uns, à direita pura e dura outros, de que faziam parte o Sérgio Vieira de Mello, o Rafael Solana ou o Bernard Koutchnner, por exemplo, que inventaram as "intervenções humanitárias" e as ONG's para contraporem ao conceito da soberania das nações. Que estimulavam ódios étnicos, ódios religiosos, fundamentalismos, para provocarem confrontos que justificassem intervenções e ingerências em Estados soberanos. Começaram nos tempos da guerra do Afeganistão (contra a URSS), continuaram nas guerras de África (Biafra, Somália), actuaram em força no desmantelamento da Jugoslávia, foram para Timor (para tentarem mostrar que não sabiam só estragar e que também eram capazes de construir), daí partiram para o Iraque e foi a barraca que se conhece. Claro que os seus deuses eram Clinton, Kofi Annan, Madaleine Albright, Richard Halbrook, Blair, o Verde ex-MNE da Alemanha, etc., etc., etc., mas ajeitaram-se e de que maneira aos Bushes, ao Bolton, à Rice e a tudo que é neo-con.

    É gente da laia do Ramos-Horta que pensa ter sido ungida por um direito divino qualquer para pastorear a plebe. Normalmente foram (são) meninos-família, com amigos muito bem colocados e dispostos a tudo na vida para singrar à custa do "pobre povo" a que vão roubando direitos sociais, riquezas naturais, conquistas que muitas gerações adquiriram. E principalmente é gente que sabe muito de marketing, que se vende muito bem e a que todas as CNN, ABC, Sky, Fox, SIC, etc., deste mundo recorrem para ajudar a vender o peixe podre dos boss. Que esses sim, vão enchendo as algibeiras e e espalhando por todos eles algumas migalhas. Repare como todos eles têm "percursos" interessantes. Ou acha que é por acaso que o Solana e o Durão estão no Top da União Europeia? Ou que a Ana Gomes se passeia tanto - duas vezes em Dili em dois meses, pelo menos uma passagem confessada por Nova York, fora o que não se sabe?

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  4. A Ana Gomes no estilo despachado que lhe é peculiar escreve que o “Presidente Xanana Gusmão (...) forçou a demissão do anterior Governo”, mas curiosamente oculta a contribuiçãozinha que deu para esse desfecho. Será que começa a recear o "génio" que saiu da garrafa que ajudou a destapar?

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  5. Não deem a Ana Gomes o poder que NÃO tem ... ajudar a destituir um governo.

    Independentemente de ter o coração na boca e, por vezes, fazer declarações emotivas que deveria conter - quer pela formação em direito quer pela carreira diplomática que teve - o que Ana Gomes fez, durante décadas por Timor NÃO pode ser esquecido.

    Foi e é uma amiga de Timor!

    Quem nunca errou que atirea a primeira pedra!

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  6. Anónimo das 5:43:40 PM: enquanto Embaixadora de Portugal em Jakarta a Ana Gomes não fez mais que a sua obrigação, representar Portugal e seguir a orientação da política externa portuguesa. Acredite que não é nenhuma Madre Teresa.

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