Lisboa, 21 Jun (Lusa) - O presidente timorense, Xanana Gusmão, ameaçou demitir-se durante a reunião de hoje do Conselho de Estado se o primeiro-ministro, Mari Alkatiri, não aceitasse deixar a chefia do governo, disse à Lusa um dos participantes no encontro.
Segundo a fonte contactada telefonicamente em Díli e que solicitou o anonimato, Xanana Gusmão alegou que a crise política não se pode prolongar por mais tempo e que teria de dar uma satisfação ao povo timorense.
Já perto do final da reunião, e porque Maria Alkatiri se mantinha "fechado em copas", segundo a expressão usada pela mesma fonte, Xanana Gusmão insistiu que tinha de "enfrentar" a população e que não lhe restava outra hipótese senã o demitir-se.
Perante esta reacção, Mari Alkatiri disse então que avaliava a posição e o papel do Presidente da República como "mais importantes" no contexto da actual crise, pelo que comunicou que iria consultar a direcção da FRETILIN sobre a sua possível demissão.
Na reunião do Conselho de Estado, em que participaram 10 dos 12 conselheiros, cada um dos membros daquele órgão de consulta do Presidente da República pronunciou-se sobre a crise política, disse ainda a fonte contactada pela Lusa.
Quatro dos conselheiros defenderam a demissão de Mari Alkatiri, três (incluindo o próprio primeiro-ministro) manifestaram-se contra, dois deixaram a decisão ao chefe de Estado e um não se pronunciou sobre a questão, não tendo havido qualquer votação acrescentou a mesma fonte.
Após a reunião, que decorreu no Palácio das Cinzas (sede da Presidência da República) durante cerca de seis horas, Mari Alkatiri reuniu-se com o "núcleo duro" do governo e da FRETILIN para consultas sobre uma possível demissão.
Um porta-voz de Mari Alkatiri admitiu, entretanto, que o primeiro-ministro "muito provavelmente" irá demitir-se.
A demissão de Mari Alkatiri foi exigida por Xanana Gusmão terça-feira, numa carta que endereçou ao primeiro-ministro, a propósito de um programa transmitido por uma televisão australiana sobre a alegada distribuição de armas a civis.
Na carta, Xanana Gusmão refere que no programa são feitas "graves denúncias" sobre o alegado envolvimento de Mari Alkatiri na entrega de armas a civis.
"Tendo visto o programa 'Four Corners', que me chocou imensamente, só m e resta dar-lhe oportunidade para decidir: ou resigna ou, depois de ouvido o Con selho de Estado, o demitirei, porque deixou de merecer a minha confiança, enquan to Presidente da República", escreveu Xanana Gusmão.
"Espero uma resposta sua até às 17h00 de hoje, 20 de Junho de 2006", lê -se na missiva assinada por Xanana Gusmão.
A acusação de que Mari Alkatiri ordenou a distribuição de armas a civis para eliminar os seus adversários políticos foi feita por Vicente da Conceição "Railos", um veterano da resistência contra a ocupação indonésia que afirma lide rar um grupo de "segurança interna" da FRETILIN, de cerca de 30 homens.
Mari Alkatiri tem repetidamente negado as acusações de "Railos" e, face a sugestões para que se demita, admitiu fazê-lo apenas se fosse esse o desejo d a FRETILIN, partido de que é secretário-geral.
A FRETILIN venceu as eleições de 2001 para a Assembleia Constituinte, q ue redigiu e aprovou a Constituição da República, com 57,37 por cento dos votos, elegendo 55 dos 88 deputados.
Posteriormente, a Assembleia Constituinte votou a sua transformação no actual Parlamento Nacional, do qual saiu o governo liderado por Mari Alkatiri, c uja posse ocorreu a 20 de Maio de 2002, dia em que o país se tornou independente .
PNG/EL/ASP.
Na sua visita a Cuba, em Dezembro de 2005, Mari Alkatiri efectuou acordos de cooperação internacionalista, nas áreas da Saude e Educação, sectores chave para o desenvolvimento humano dos 770 mil habitantes do pequeno protectorado Ocidental - Não tardou muito tempo a reacção - irá pagar caro a ousadia de ter pretendido o bem ao seu povo.
ResponderEliminarXanana Gusmão, "presidente desse país amigo", como se lhe referiram os interlocutores cubanos, elogiou então o trabalho que os médicos cubanos ali desenvolvem, assím como expressou a sua "admiração pela Revolução (cubana)" num acto público levado a efeito na recém inaugurada Faculdade de Medicina de Timor Leste.
Que teria levado Xanana a mudar de discurso?
Recorde-se que um dos primeiros casos, após a invasão da "ajuda australiana" foi o arrombamento das casas dos cooperantes cubanos, em busca de armamento escondido, que nunca foi encontrado; quem sai aos seus,,,
links em
http://xatooposts.blogspot.com/2006/06/finalmente-o-epilogo-do-golpe-dos.html
Oh
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