Exigência de demissão de PM é inconstitucional - Ana Pessoa
Lisboa, 21 Jun (Lusa) - A ministra timorense Ana Pessoa considerou hoje que a exigência de Xanana Gusmão para que Mari Alkatiri se demita com base em a legações de um programa televisivo é inconstitucional, podendo ser vista como "um golpe constitucional".
"Que outro nome pode ser dado quando se violenta a Constituição, quando se inventam soluções não constitucionais?", questionou a ministra de Estado e d a Administração Estatal de Timor-Leste, em declarações à Lusa.
Contactada telefonicamente em Lisboa, onde se encontra depois de ter participado, domingo passado, numa reunião da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Ana Pessoa afirmou que só aceitaria a solução do presidente Xanan a Gusmão se se provar que "é constitucional".
"Mas não creio que essa prova possa ser feita. Não são as alegações de uma televisão australiana, ou acusações infundadas e falsas que podem determinar a demissão do primeiro-ministro", disse.
"Não é isso que está escrito na Constituição da República", sublinhou.
Ana Pessoa referia-se a uma carta enviada terça-feira pelo presidente t imorense, Xanana Gusmão, ao primeiro-ministro, Mari Alkatiri, e obtida hoje pela Lusa, na qual o chefe de Estado exigia ao chefe do governo que se demitisse, ou seria demitido.
Na carta, de apenas três parágrafos e que tem como assunto "envio de um documentário do Programa 'Four Corners'", da televisão australiana ABC, Xanana Gusmão explica a Mari Alkatiri que no programa são feitas "graves denúncias sobr e o seu envolvimento na distribuição de armas a civis", acusação que o primeiro- ministro tem repetidamente negado.
"Tendo visto o programa 'Four Corners', que me chocou imensamente, só m e resta dar-lhe oportunidade para decidir: ou resigna ou, depois de ouvido o Conselho de Estado, o demitirei, porque deixou de merecer a minha confiança, enquanto Presidente da República", escreve Xanana Gusmão.
Para Ana Pessoa, a carta do Presidente da República ao primeiro-ministro é "surrealista".
"É uma carta surrealista. A carta está feita de uma maneira que não pode deixar de nos surpreender e chocar. Um ofício a remeter uma cassete e que pelo meio convida o primeiro-ministro a demitir-se é no mínimo de um formato absolut amente inqualificável", disse.
Ana Pessoa disse não saber ainda qual será a decisão de Mari Alkatiri, explicando que a direcção da FRETILIN voltou hoje a "renovar a confiança no secretário-geral e no primeiro-ministro".
Para Ana Pessoa, a demissão de Mari Alkatiri não é uma solução para a actual crise política que se vive em Timor-Leste e pode "pôr em risco a sua soberania e independência como Estado de direito".
"Acho que não se deve demitir. Não acho que a demissão seja a solução. Não é por razões pessoais nem por estar em causa o Mari ou outro qualquer. É por razões institucionais", afirmou Ana Pessoa.
"Não podemos pretender que a solução para uma situação de crise seja a violação e negação de base dos mecanismos constitucionais. Isso abre caminho para que o futuro do nosso país enquanto Estado de direito democrático seja posto em cheque", afirmou.
No caso de Mari Alkatiri avançar com a demissão, Ana Pessoa disse que a "consequência lógica e natural" é a queda de todo o governo, reiterando que não fará parte de qualquer solução de executivos de transição ou de iniciativa presidencial.
"Eu não admito de forma nenhuma pactuar com golpes constitucionais. Isso não é solução e compromete o futuro do nosso país enquanto democracia", afirmou.
"Integrar um governo que violenta esses princípios não faz parte de mim ", sublinhou a ministra timorense, que regressa quinta-feira a Díli.
ASP.
Um pedido de demissao do PM nao e inconstitucional. Alinea c)
ResponderEliminarArtigo 112.º
(Demissão do Governo)
Implicam a demissão do Governo:
a) O início da nova legislatura;
b) A aceitação pelo Presidente da República do pedido de demissão
apresentado pelo Primeiro-Ministro;
c) A morte ou impossibilidade física permanente do Primeiro-Ministro;
d) A rejeição do programa do Governo pela segunda vez consecutiva;
e) A não aprovação de um voto de confiança;
f) A aprovação de uma moção de censura por uma maioria absoluta dos
Deputados em efectividade de funções.
perdao! alinea B)
ResponderEliminarGrande Ana! Sorry boys but I can't be more proud.
ResponderEliminarAfinal... o Mari Alkatiri tinha razão quando... há umas semanas... afirmou que estava em curso UM GOLPE DE ESTADO!
ResponderEliminarO Presidente Xanana está bastante americanizado ou australianizado.
ResponderEliminarA imprensa australiana faz o "trabalhito" e o PR demite o PM.
Já agora ordene também a "suspensão" da Constituição.
O quadro ficaria completo.
"É uma carta surrealista. A carta está feita de uma maneira que não pode deixar de nos surpreender e chocar. Um ofício a remeter uma cassete e que pelo meio convida o primeiro-ministro a demitir-se é no mínimo de um formato absolut amente inqualificável"
ResponderEliminarÉ sem dúvida surrealista!
Uma carta a convidar o PM a demitir-se e uma cassete anexa.
Ó Senhor Presidente não seria melhor chamar o PM ao seu gabinete confrontá-lo com os factos e depois fazer entrega da dita cassete ao Procurador Geral para que seja feita uma investigação sobre os factos?!
Não se esqueça que é PR e que Timor é um estado de Direito e não está na área da sua competência fazer "julgamentos sumários"?
Ou não existem Tribunais em Timor?
E senhor Presidente a vontade do Povo exprime-se em eleições livres ou num referendo não é o PR quem decide qual é a vontade do Povo.
"Segundo a fonte contactada telefonicamente em Díli e que solicitou o anonimato, Xanana Gusmão alegou que a crise política não se pode prolongar por mais tempo e que teria de dar uma satisfação ao povo timorense."
ResponderEliminarA satisfação que deveria dar ao povo era explicar-lhes porque é que os militares dos países "seus amigos" e sob a sua ordem directa nada fazem para impedir que as suas casas e os seus bens não sejam destruídos e poque continua a não haver segurança numa cidade que tem uma presença militar que chega e sobra para todo o pais.
Explique-lhes também porque é que os miliatres rebeldes não foram de imediato desarmados se uns se encontravam luxuosamente instalados na Pousada de Maubissse e os outros todos sabiam onde estavam.
Explique também ao povo que tanto gritou pela GNR Portuguesa porque nada fez para que ela pudesse socorrer o seu povo.
Explique também porque não reuniu de imediato o Conselho de Estado e só o fez sob proposta do PM.
Explique também porque é que não deixa o povo exprimir livremente o seu descontentamento em eleições.
Parabens Ana! Julgo que e necessario vir ao publico dizer o que esta por detras dessa vergonhosa atitude do PR ja chega de os outros serem acusados disso e daquilo e ele fica, aos olhos do publico, como um santo e o unico salvador deste pais. Este teatro de "eu demito-me" ja estamos fartos...
ResponderEliminarXanana esta a denegrir o seu proprio bom e popular nome ! Para que tomar decisoes que so vao criar instabilidade a populacao e a Nacao ? Timor Leste recem independente nao vale a pena por em causa o seu bom nome e voltar a lanca-lo na grande miseria como aconteceu em 1999. Ana ja e tempo de mostrar o que a FRETILIN vale ! O povo Maubere depositou-nos a sua inteira confianca, nao vamos agora trai-lo, ta ?...
ResponderEliminarAna? a tal "buibere" que recusa-se terminantemente em falar na lingua dos mauberes?
ResponderEliminarRealmente. A sua Exc. “buibere nas alturas” Ana Pessoa é a maior defensora da dignidade e identidade cultura de nação maubere. Que fartote de rir!
ResponderEliminarE mesmo uma grande comedia!!
ResponderEliminar