sábado, maio 27, 2006

Por Timor-Leste

A única solução passa pelo Presidente da República e o Primeiro-Ministro entenderem-se.

Sentido de estado e muita lealdade a Timor-Leste, ambos têm.

"Esperemos que nem Xanana Gusmão, nem Mari Alkatiri, queira ficar para a história como o responsável de mais um banho de sangue." - confessou-nos uma observadora atenta.

Verdade e Reconciliação. É aqui e agora.

3 comentários:

  1. MEIA HORA EM IRABERA

    Escondem o céu e disfarçam as nuvens
    altíssimas árvores com centenas de anos.
    Há nuvens e céu, mas de folhas gratuitas
    e pássaros isentos de desenganos

    A meio o ar, verde e imóvel,
    Que nenhum vento perturbou,
    mas um ar jovem, puro, virgem,
    que a chuva (ou o tempo infinito) lavou.

    E, em baixo adormecida, uma lagoa verde,
    sereia fugida do mar e do mundo,
    com translúcidos seios amamenta
    de água fria os peixes e as pedras do fundo,
    e estende os longos braços, dois ribeiros
    que afagam e bichos da mata,
    e tem a cabeleira de espuma alva e crespa
    pousada na montanha, a fingir de cascata.

    Aqui valia a pena a eternidade,
    Sem passado ou futuro, atento ou inerme.

    Árvores, pedras, ar e água,
    Peixes e pássaros anónimos,
    - tudo isto irá sobreviver-me…
    e há que beber depressa este verde silêncio!

    O rumor de água e de aves é mentira:
    em Irabera há só a sereia que dorme
    e sonha e se espreguiça e de leve respira.

    In MEMÓRIA DE TIMOR-LESTE, Leonel Neves, 1966

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  2. Boa, "Malai Azul". Mas o problema é que cada um tem uma imagem diferente de Timor-Leste!...

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  3. Prezados amigos timorenses
    Espero que pela manhã a situação esteja mais calma, por mais que me preocupe ter um bando armado nas montanhas a espera de um incauto.
    Acredito que daqui para frente o debate se pautará pela construção de uma mentalidade de convivência democrática, respeito às leis e fidelidade aos legítimos direitos de uma vida digna para o povo de Timor-Leste.
    Talvez a primeira questão a ser abordada passe pelo sentimento da população frente ao governo constituido. O sr. Mari não deve confundir a vontade de seu partido com a vontade da população, nem o Estado deverá estar a serviço de corregilionários do seu partido.
    São questões difíceis de serem tratadas, mas são vitais em um sistema democrata representativo e que não se veja eterno no poder.
    Não custa registrar o belo poema de Leonel neves, de 1966, o que só me faz agussar a vontade de conhecer TL.
    Saudações e um Bom Dia!
    Alfredo (Brasil)

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