tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post8335054348064976619..comments2024-03-24T18:22:40.376+09:00Comments on Timor Online - Em directo de Timor-Leste: East Timor: Rice rations for internal refugees cut offUnknownnoreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-28192219.post-67079319427822237472008-05-16T23:47:00.000+09:002008-05-16T23:47:00.000+09:00Tradução:Timor-Leste: cortadas as rações de arroz ...Tradução:<BR/>Timor-Leste: cortadas as rações de arroz para os deslocados <BR/>WSWS, 15 Maio<BR/><BR/>Dezenas de milhares de deslocados Timorenses estão ameaçados de morrer à fome depois das agências de socorro internacional terem cessado a entrega de ajuda alimentar em todos os campos na capital da nação, Dili. No mês passado o Programa Mundial de Alimentação (WFP), uma agência da ONU, cortou as suas rações regulares de arroz nos centros de deslocados. Em Fevereiro a organização tinha reduzido a ração mensal por pessoa de oito para quatro quilogramas.<BR/><BR/>Os campos de deslocados foram montados depois de mais de 150,000 pessoas terem fugido das suas casas quando irrompeu a violência em 2006. Dois anos mais tarde, 100,000 pessoas — um décimo da população — continua classificada como deslocada. Cerca de 30,000 deslocados vivem em campos no exterior de Dili, com os restantes 70,000 forçados a refugiarem-se com amigos e família.<BR/><BR/>As condições nos campos são horrorosas. Um relatório emitido pelo International Crisis Group (ICG) baseado na Europa em 31 de Março, intitulado “Crise de Deslocação em Timor-Leste”, revelou alguns aspectos da situação.<BR/><BR/>O ICG afirmava: “A ONU reporta que os deslocamentos foram acompanhados com a aumentada incidência de doenças respiratórias, malária, diarreia e má-nutrição — apesar da última ser aliviada nos campos pelo programa de distribuição de alimentos. Durante as chuvadas, alguns campos inundam, enquanto noutros os blocos sanitários pingam ou extravasam.... Não foi tomada qualquer acção em campos identificados em estudos de Maio e Julho de 2007 de alta prioridade para serem fechados com base nas deficientes condições sanitárias. Os campos têm um ambiente particularmente problemático para mulheres e crianças. As tendas e blocos sanitários sobrepovoados providenciam pouca privacidade. As crianças estão expostas a riscos relacionados com alojamento e condições de vida inadequados. Crianças, mulheres, idosos e outros grupos vulneráveis correm um risco maior de exploração de abusos de vários tipos — foram relatados casos de prostituição e de tráfico humano forçado.”<BR/><BR/>O relatório prosseguia a sublinhar a pobreza extrema experimentada por pessoas a viverem nos campos: “A população nos campos é uma amostra da sociedade Timorense. Como na população em geral, os níveis do desemprego são extremamente altos.... Cada deslocado com trabalho tem a probabilidade de estar a suportar um número substancial de familiares. Para os que estão no desemprego, pouca actividade estruturada é disponível para além da participação em actividades criminosas e gangues de artes marciais.”<BR/><BR/>Muitos deslocados estão ainda demasiado aterrorizados para voltarem para as suas casas depois da violência de 2006, enquanto outros tiveram as suas casas destruídas. Para muita gente, contudo, a ameaça de fome permanece a principal razão porque ficam nos campos. Timor-Leste continua uma das nações mais empobrecidas no mundo, com alto desemprego e pelo menos 40 por cento da população a viver por debaixo da linha oficial de pobreza de 55 cêntimos USA por dia.<BR/><BR/>Até ao mês passado, os deslocados e as suas famílias nos campos pelo menos recebiam uma ração básica de alimentos, mesmo apesar de mulheres e crianças terem de esperar em linha cada mês até seis horas para receber o lote de quatro quilogramas de arroz e meio litro de óleo alimentar.<BR/><BR/>A AFP entrevistou vários deslocados num campo improvisado num convento convertido em Dili onde 7,000 pessoas estão agora concentradas. Gregório Sousa e o filho têm estado a viver numa tenda há quase dois anos. “Eu quero realmente ir para casa logo que possível, mas não sei para onde posso ir depois de sair daqui,” disse Gregório. “É por isso que vivo aqui. Se o governo nos der a escolha e nos ajudar financeiramente, regressarei à minha aldeia.”<BR/><BR/>Filomena Soares que vivia no campo com a família desde que a sua casa no oeste do país foi destruída pelo fogo durante o desassossego. “Não temos casa para onde regressar,” disse ela à agência de notícias. “Mesmo se quisermos partir, para onde é que iremos? Não podemos simplesmente viver debaixo das estrelas. Estamos prontos a voltar se o Estado nos der assistência financeira para repararmos a nossa casa e ficar habitável outra vez. Agora a segurança não é um problema para nós, as pessoas de lá querem-nos de regresso.”<BR/><BR/>O WFP tem negado alegações que a sua decisão de cortar a ajuda alimentar aos deslocados tem o objectivo de dispersar os deslocados e de fechar os campos. Funcionários da ONU disseram à Integrated Regional Information Network (IRIN) que uma pesquisa que tinham dirigido revelou que “apenas metade dos 70,000 deslocados registados nos campos e famílias hospedeiras sofriam actualmente de insegurança alimentar.” O WFP insistiu que eram também obrigados a assistir aquelas pessoas que precisavam de ajuda alimentar mas não eram deslocados. A agência, contudo, não explicou porque é que não ajudava todos com necessidades em Timor-Leste.<BR/><BR/>Não é claro a extensão em que a WFP foi influenciada pela escalada mundial dos preços dos alimentos, incluindo do arroz. Desde o início de 2006, em grande parte como resultado da especulação financeira nos mercados financeiros mundiais, a média dos preços dos alimentos subiu 217 por cento. Esta inflação afectou o trabalho do WFP no Sudeste Asiático. No Cambodja, por exemplo, o alto preço do arroz levou à suspensão dum programa que dava o pequeno almoço gratuito a 450,000 alunos pobres. A inflação dos preços dos alimentos no mundo tem afectado gravemente os Timorenses comuns. O país importa cerca de 60 por cento das suas necessidades de arroz, e os preços entraram em espiral nos últimos meses. Um relatório disse que uma saca de 35 quilogramas de arroz vendida por $US13 em Fevereiro custa agora $US20, e nalgumas áreas remotas $US27.<BR/>A inflação em espiral aumentará mais as dificuldades enfrentadas pelos deslocados que estão a ser forçados a sair dos campos.<BR/><BR/>O governo Timorense do Primeiro-Ministro Xanana Gusmão falhou em alocar quaisquer fundos para ajuda alimentar humanitária. O Secretário de Estado para a Assistência Social Jacinto de Deus afirmou: “Isso é algo que o governo devia tomar sobre si, mas infelizmente não antecipamos isto durante as discussão do orçamento para 2008.” Isto não tem qualquer credibilidade. A decisão do WFP para cortar a ajuda alimentar era esperada, e o governo de Gusmão tinha anteriormente apoiado a decisão da agência da ONU de cortar as rações para metade. A realidade é que o governo não fez qualquer tentativa de substituir o decréscimo da ajuda alimentar porque quer fechar os campos de deslocados.<BR/><BR/>Do mesmo modo, nenhum dador internacional de ajuda, incluindo a Austrália, se ofereceu para providenciar os fundos necessários para dar arroz aos centros de deslocados. O governo Australiano e instituições de política estrangeira à muito tempo que discutem abertamente a necessidade de dispersar os campos, que são encarados como uma fonte potencialmente explosiva de instabilidade social e política no país. O documento recente do International Crisis Group sobre a crise segue-se a numerosos outros relatórios que têm avisado da insustentabilidade de deixar 10 por cento da população de Timor-Leste como deslocados sem casa.<BR/><BR/>Tentativas anteriores de encerrar centros de deslocados envolveram persuasão — incluindo uma oferta para subsídios para reconstrução de casas de deslocados destruídas em 2006 — e força e repressão directa. Em Fevereiro de 2007, tropas Australianas mataram a tiro dois deslocados que estavam a evitar que o seu campo perto do aeroporto de Dili fosse intimidade por forças de segurança do governo e internacionais. Com o falhanço de tais métodos para mudar os deslocados, eles vão ser efectivamente mortos pela fome. O ministro dos estrangeiros do Labor Stephen Smith anunciou em 1 de Maio um pacote adicional de ajuda de $30 milhões para o WFP, dos quais apenas $1 milhão foi alocado para Timor-Leste. Esta soma é um pingo no oceano comparado com as necessidades de alimentos da população Timorense e certamente não substitui a cessação do programa da ração de arroz do WFP nos campos de deslocados.<BR/><BR/>Tudo isto apenas mostra mais a fraude da afirmação do governo Australiano que as suas operações em Timor-Leste têm na base uma preocupação humanitária pela população. Canberra gastou recursos significativos nas intervenções lideradas pelos militares em 1999 e 2006 de modo a afastar poderes rivais e garantir o seu controlo em curso das reservas lucrativas de petróleo e gás do Mar de Timor. O bem-estar da população de Timor-Leste “independente” nunca foi um factor nas operações de sucessivos governos dos Liberal e do Labor.Anonymousnoreply@blogger.com